Por Centro Universitário Uniopet


Professora Adriana Karam, pedagoga e reitora do UniOpet: O debate é sempre melhor que a imposição. — Foto: Divulgação

Você já tem opinião sobre o assunto que vêm dominando as conversas entre pais, educadores e especialistas em comunicação? Se ainda tem dúvidas, saiba que não está sozinho, porque há muito debate para rolar debaixo dessa ponte. A partir de 2024, celulares, tablets e relógios inteligentes serão banidos das salas de aula da Holanda, buscando afastar as distrações trazidas por esses aparelhos entre os estudantes, segundo anúncio recente feito pelo governo do país. A medida vem na esteira de uma decisão semelhante tomada pela Finlândia, no mês passado.

Contudo, a implantação de leis como essa impõe desafios: em 2018, a França aprovou uma legislação semelhante, banindo o uso de celulares por alunos menores de 15 anos nas dependências escolares, inclusive nos intervalos. Mesmo cinco anos depois, ainda existe resistência das crianças e jovens em entregar seus celulares.

“Existem momentos e tarefas em que precisamos de concentração total para o aprendizado, até mesmo entre adultos. Como a criança nem sempre tem o discernimento de quando precisa de foco, é preciso que haja um contexto que contribua para sua concentração. Mas não acredito que o completo banimento dos celulares nas escolas por meio de leis seja o caminho”, avalia a professora Adriana Karam, reitora do Centro Universitário UniOpet, pedagoga, mestre em Educação, especialista em Comportamento Organizacional e doutora em Gestão do Conhecimento.

Em relação ao posicionamento da Holanda, Adriana lembra que o país construiu aparato legal para que os celulares sejam proibidos nas salas de aula. Ainda assim, a lei não será aplicada sem critérios. “Caberá às comunidades escolares definirem a forma de aplicar tal proibição. Penso ser esse o caminho mais adequado. O debate e a criação de regras pela comunidade escolar são sempre mais produtivos do que a proibição pura e simples, sem discussão sobre as implicações do uso do celular para a aprendizagem”, completa.

Vale lembrar que as medidas na Europa trazem exceções, que incluem alunos com necessidades médicas ou deficiências, que precisem desses aparelhos, além de aulas com habilidades digitais. De qualquer forma, as proibições não têm efeitos coercitivos, nem punições legais se não forem cumpridas (cenário que pode mudar no futuro).

“É fato que nossa atenção muitas vezes poderia ser melhor utilizada. Estudos comprovam que a perda da concentração – em especial por aparatos digitais, aplicativos de mensagens ou redes sociais – nos faz levar ainda mais tempo para retomar os estudos e trabalhos. Portanto, há momentos em que deixar os celulares, smartphones e tablets de lado é importante para assegurar o ensino e o aprendizado, na sala de aula. E também as atividades dentro de casa”, pontua Adriana.

“O debate e a criação de regras pela comunidade escolar são sempre mais produtivos do que a proibição sem discussão sobre as implicações do uso do celular para a aprendizagem”, afirma Adriana Karam

No entanto, isso não pode significar deixar de usar as tecnologias de informação nos processos de aprendizagem. No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) indica que as escolas devem oferecer aos alunos a apropriação das linguagens das tecnologias digitais, além de estabelecer a aplicação de ferramentas tecnológicas para o Ensino Fundamental.

Um bom caminho para os professores é transformar o celular, de fato, em aliado. “Há estratégias de ensino viabilizadas pelas tecnologias digitais que potencializam a aprendizagem dos estudantes. A sociedade digital exige competências digitais que precisam ser desenvolvidas pelas escolas. O uso competente das tecnologias também faz parte do escopo de competências a serem viabilizadas pelas escolas”, afirma.

Centro Universitário Uniopet

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