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Por Jornal Nacional


Programa Internacional de Avaliação de Estudantes constata problemas crônicos da educação no país

Programa Internacional de Avaliação de Estudantes constata problemas crônicos da educação no país

A edição mais recente do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes mostrou as consequências da pandemia no aprendizado e problemas crônicos da educação no Brasil.

O programa realizado pela OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, avaliou 690 mil estudantes em 81 países. A prova é aplicada a cada três anos a alunos de 15 anos.

No Brasil, 599 escolas participaram com quase 11 mil estudantes; 73% da rede pública. A última prova no Brasil foi em 2022. Em 2021 não foi aplicada por causa da pandemia. E foi ela, segundo o estudo, que fez cair a média geral de todos os países analisados. O Brasil ficou estagnado. Mesmo assim, as notas do país ainda estão baixas se comparadas as dos países que fazem parte do programa.

Em matemática, o Brasil está na posição 65 dos 81 países da pesquisa - 73% dos estudantes não alcançaram o nível básico, um desempenho abaixo da média dos demais países. Não conseguem, por exemplo, fazer operações simples, como a conversão de moedas. Em leitura, ficamos na posição 52. Metade dos estudantes brasileiros não tem o nível básico em leitura. Na avaliação de ciências, o Brasil ficou na 62ª posição - 55% tiveram baixo desempenho.

Ao apresentar os resultados, o ministro da Educação, Camilo Santana, citou medidas que governo quer adotar para mudar esse cenário.

“Criança ser alfabetizada na idade certa, a garantia de uma escola mais atrativa em tempo integral, a garantia da permanência do jovem na escola e a melhoria da qualidade, não só inicial , mas continuada dos nossos professores, que hoje estão sendo formados nas nossas universidades que estão indo para a sala de aula da educação básica brasileira", disse.

O resultado é um alerta para o Brasil. Quem estuda o assunto avalia que a qualidade da educação está associada diretamente à capacidade da mão de obra que chega ao mercado de trabalho e às taxas de crescimento econômico do país.

Um estudo coordenado pelo economista André Portela, da Fundação Getúlio Vargas, afirma que um aumento nas notas em testes internacionais está relacionado a um crescimento na taxa do PIB per capta entre 1% e 2,2 pontos percentuais ao ano.

“Os jovens, quando adquirem conhecimento, formação, eles adquirem também capacidade de desempenhar com maior habilidade várias atividades no mercado de trabalho. Em particular, as ocupações que eles exercem na sua vida profissional, mas também com o seu funcionamento na sociedade como um todo, nas interações com as pessoas. E isso afeta a sua maneira de produzir e de obter os frutos do seu trabalho. Nos alarma pela razão de que nós estamos em um patamar muito baixo, não temos muito mais para onde descer", afirma o economista André Portela.

Uma escola pública de ensino médio em Ceilândia, no Distrito Federal, é conhecida como escola de talentos. O diretor mostra orgulhoso as premiações em olimpíadas do conhecimento que os alunos receberam.

“A gente tem que ver e buscar com que a escola pública sempre dê certo porque ela dá certo, ela forma, informa e transforma esse jovem”, afirma o diretor de escola José Gadelha Loureiro.

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