Por Michelle Farias e Andréa Resende, G1 AL


Mãe de aluno ferido em assalto fez desabafo no Facebook por causa da insegurança na Ponta Grossa, em Maceió — Foto: Facebook/Reprodução

Pais e alunos da Escola Estadual Dr. Rodriguez de Melo, na Ponta Grossa, em Maceió, estão amedrontados com a onda de violência na região. A modalidade é sempre a mesma: dois homens em uma moto, geralmente o condutor está com colete de mototáxi, que assaltam as vítimas na chegada e na saída das aulas.

A Polícia Militar informou que não recebeu denúncias, mas que vai reforçar a segurança na área.

Um dos casos relatados ao G1 aconteceu na última semana. Um estudante de 15 anos disse que ele e mais quatro amigos foram assaltados e ameaçados.

“Dois caras em uma moto chegaram e pediram os celulares. Ele levou o meu e o de um amigo. Os outros disseram que não tinham, mas eles vasculharam as mochilas e disse que se encontrasse iria meter bela na cabeça de cada um. É assustador”, afirmou o adolescente.

Por causa da insegurança, o pai do estudante, que cursa o 1º ano em tempo integral, passou a levá-lo na escola. “Ele está fazendo esse sacrifício, me leva junto com meu amigo que mora aqui na rua. Tenho muito medo”, lamenta.

Andrea Lessa é mãe de outro aluno da mesma escola e desabafou no Facebook sobre a situação. Ela postou a foto de um amigo do filho, que se machucou ao cair quando fugia de mais um assalto.

O G1 conversou com Andrea na porta da escola nesta manhã. O filho dela também já sofreu com a violência, e correu para não ser assaltado.

"Na semana passada, meu filho levou duas carreiras na rua da escola. A primeira vez, quando saiu da aula, o assaltante foi tomar o cordão dele. Ele conseguiu correr e entrar dentro de uma vendinha. Na segunda vez, eles roubaram os celulares de duas meninas que estavam na frente do meu filho", disse.

"É um absurdo. São sempre os mesmos criminosos que estão fazendo isso. Nós pais procuramos a direção da escola, que ficou de cobrar mais policiamento. Estou com o coração apertado, com medo de acontecer alguma coisa e de a qualquer hora receber uma má noticia", desabafou Andréa.

Rua da Escola Estadual Rdriguez de Melo, onde tem ocorrido assaltados frequentes — Foto: Andréa Resende/G1

Uma mulher que mora na rua da escola conta que já presenciou os assaltos. Com medo, ela pediu para não ser identificada na reportagem. "No mês passado, os meninos estavam aqui na porta de casa e chegaram 2 numa moto e levaram os celulares dos 4. Não se pode mais ficar na porta de casa".

Uma outra morada que também não quis se identificar mora na rua da escola há mais de 50 anos, e sente que a violência tem aumentado.

"Qualquer hora aqui tá perigoso. Estão assaltando na rua, a qualquer hora. Quase todo dia tem assalto aqui. Ninguém tem sossego. Esses dias mesmo meu genro foi acudir um aluno da escola que machucou quando foi fugir dos bandidos ali na praça", disse a moradora.

Uma outra senhora também presenciou ataques aos estudantes. "A gente tava na porta e veio o rapaz lá de baixo com um revólver na mão para assaltar um aluno que estava indo para a escola. Ele veio apontando a arma. Eram 7 horas da manhã. Quando a polícia vem, eles param. Mas na hora de entrada e saída da escola não vem polícia".

A reportagem não conseguiu falar com a direção da escola. Segundo o porteiro da unidade, nunca houve nenhum assalto nem na escola e nem na porta. "Já aconteceu nas praças que ficam perto da escola. Aqui dentro e aqui na entrada, nunca".

PM pede que população denuncie ao 181

O policiamento na região é feito pelo 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) e, no que se refere ao estudantes, pelo Batalhão de Policiamento Escolar (BPEsc). Só que a polícia afirma que as denúncias não são feitas pelo Disque Denúncia, no número 181.

"Tem viatura que faz esse percurso da escola. Mas como não recebemos denúncia, não tinha uma ação direcionada. Agora que estamos sabendo, vamos trabalhar em função disso aí", afirmou o tenente coronel Aloísio, do 1º BPM.

Ainda de acordo com o tenente coronel, a população precisa denunciar este tipo de situação, para que a polícia saiba exatamente onde agir.

"Aquela rua [da escola] eu não atinjo porque sei que já tem viatura do BPESc. Mas como está tendo esse aumento [de assaltos], já vou direcionar minha viatura pra lá também, vamos reforçar o policiamento", garantiu.

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