Por G1


A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) lançou, nesta semana, uma campanha para que estudantes da rede pública registrem em vídeo problemas em suas escolas e enviem os arquivos ao Ministério da Educação. A ideia, segundo Pedro Gorki, presidente da Ubes, é uma resposta ao pedido encaminhado pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, às escolas brasileiras para que elas leiam aos alunos uma carta do ministro contendo o slogan de campanha de Jair Bolsonaro, seguida da execução do Hino Nacional. O pedido também pedia que as escolas filmassem as crianças cantando e enviassem o vídeo por e-mail ao MEC.

Após a repercussão, Vélez Rodríquez afirmou que errou ao incluir o slogan de campanha na carta e não explicitar que era preciso que os pais autorizassem a filmagem e envio dos vídeos dos alunos cantando. Segundo o MEC, uma carta "atualizada" seria encaminhada às escolas.

Ministro da Educação diz que errou ao pedir que escolas filmassem crianças cantando hino

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'Problemas reais'

Em um vídeo publicado pela Ubes nas redes sociais, Gorki diz que a iniciativa é mostrar "os problemas reais das escolas brasileiras".

“Por que o MEC não sugere que sejam gravados os problemas reais das escolas brasileiras, especialmente das escolas públicas?”, afirmou ele. “Vamos mostrar os verdadeiros problemas na sala de aula, que é a goteira no teto da nossa sala, que é a sala de aula sem professor, porque não pagam salário, que é a quadra e a biblioteca fechadas porque não têm manutenção, que é o chão rachado da nossa escola, que é a nossa escola sem merenda.”

A campanha pede que os estudantes gravem vídeos de até um minuto e postem nas redes sociais com a hashtag #MinhaEscolaDeVerdade.

Assim que a campanha foi divulgada começaram a surgir algumas postagens mostrando as mazelas das escolas públicas brasileiras. No Twitter e Instagram, a #MinhaEscolaDeVerdade já aparece em mais de 250 postagens.

Além da hashtag divulgada na campanha da Ubes, as tags #MenosFilmagensMaisInvestimentos e #OlhaMinhaEducação também reúnem, no Twitter e no Instagram, protestos contra a recomendação do MEC.

Além da campanha da Ubes, outras iniciativas similares também circulam por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. As imagens compartilhadas pedem que os vídeos enviados ao MEC mostrem os problemas das escolas públicas em vez de alunos cantando o Hino Nacional.

Corrente que circula no WhatsApp pede que estudantes enviem ao MEC problemas das escolas públicas — Foto: Reprodução

Não demorou para que surgissem também piadas ironizando a demanda do MEC. No Twitter, vídeos de estudantes dançando nas escolas ao som do Hino Nacional, com a sugestão de que sejam enviados ao ministério, já têm milhares de curtidas.

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