Por G1 AL, com informações da TV Gazeta


Estudantes denunciam falta de estrutura em escola estadual em Maceió

Estudantes denunciam falta de estrutura em escola estadual em Maceió

Alunos e funcionários da escola estadual Dom Otávio Barbosa Aguiar, no conjunto Benedito Bentes 1, parte alta de Maceió, denunciam a situação crítica da estrutura do local que oferece risco à comunidade escolar. Quase dois mil alunos do 6° ano do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio estudam na escola.

A diretora adjunta não queria que a reportagem da TV Gazeta entrasse na escola porque a diretora-geral não estava, mas após questionamentos feitos por professores e alunos, a equipe conseguiu entrar e foi acompanhada por professores.

Segundo eles, os alunos precisam se afastar das paredes em dias de chuva, por conta de choques elétricos e a água invade as salas e corredores.

O teto da escola foi encontrado cheio de goteiras e os corredores estavam alagados. Em outro corredor, onde ficam as salas de aula, o alagamento é ainda pior. A parte elétrica está comprometida e em algumas salas não tem luz e nem ventiladores. Pra fugir das goteiras, os alunos se organizam como podem dentro da sala. Sentando, inclusive, nas mesas.

“Se não for a chuva é o calor. A gente estuda em cima da mesa mesmo e aassim não presta atenção no que o professor está falando, no que está ensinando”, conta a estudante Graziela Santos.

A Secretaria de Estado da Educação informou que uma equipe de engenharia já esteve na escola para avaliação da parte elétrica e os serviços poderão ser feitos após as chuvas cessarem um pouco.

Disse ainda que em pouco mais de dois anos a Seduc reformou 120 das 317 unidades de ensino, sendo que muitas foram encontradas praticamente abandonadas, com risco até de cair. E as reformas continuarão.

Riscos

Mesmo em turmas com menos alunos, o desafio é grande. Em uma das salas, a professora pediu para que os alunos colocassem as mesas mais afastadas das paredes. “É para a gente não levar choque na parede. É muito difícil estudar assim”, explica a estudante Késsia Santos.

O mesmo problema acontece na biblioteca. Para acender a luz, os funcionários utilizam revistas ou livros para não tocarem no interruptor, que também está dando choques elétricos. Os livros didáticos estão em péssimo estado de conservação e o miniauditório está alagado. São problemas que interferem no rendimento das aulas.

“Os alunos ficam agitados, nervosos. Quando chove, alaga tudo, os meninos ficam entrando e saindo. Tem a questão da eletricidade, que às vezes dá choque, então é uma situação muito difícil para o professor, a gente está aqui porque é uma missão nossa, mas para o aprendizado isso interfere muito”, lamenta a professora Janete Alves.

De acordo com a professora Rosa Bernardo da Silva, as condições precárias de trabalho contribuem para o afastamento dos professores por problemas de saúde. “Sem ventilação, as condições de trabalho são terríveis, os alunos não se concentram, salas numerosas de alunos e o professor cansado, estressado”, reclama.

Os banheiros estão entupidos e falta material de limpeza. Além disso, os funcionários denunciam a falta de merenda e mostraram o freezer vazio.

Prioridades

A diretora-geral da escola, Ana Margarida, disse que tem conhecimento de todos os problemas e que está trabalhando de acordo com as prioridades.

"Esse déficit de energia na escola, a engenharia veio e olhou, falando que era problema de caixa dos interruptores, então foi feito um serviço. Quando é agora, com essa chuva, ano passado não tinha isso, só chovendo é que a gente detecta o problema e foi isso que aconteceu. Com a chuva muito forte, eu já prevendo isso, foi comprada uma manta que nem vai dar para a gente colocar em todos os espaços que estão vazando, mas a gente vai suprir", explica a diretora.

Ela também negou que faltam materiais de limpeza na escola e que a merenda dos alunos segue um cardápio orientado por nutricionistas da Secretaria de Educação (Seduc).

“Nós temos um cardápio que é comprada a merenda de 15 em 15 dias. Esse cardápio segue a autorização e a aprovação das nutricionistas da Secretaria de Educação. Segunda e terça a gente dá lanche, é o iorgute, o achocolatado com bolacha, é vitamina. Na quarta, quinta e sexta a gente vai dando comida."

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