Por Fabio Rodrigues, G1 São Carlos e Araraquara


Estudantes de Leme fazem vaquinha para participar de competição na Ásia — Foto: Etec/Divulgação

Estudantes do 3º ano do ensino médio de Leme (SP) fazem uma vaquinha virtual para tentar custear a viagem de 12 alunos e integrar a delegação do Brasil na Ásia International Mathematical Olympiad (AIMO), que vai ocorrer entre 3 a 7 de agosto em Bangcoc (Tailândia).

Os alunos do 3º ano da Escola Técnica Estadual Deputado Salim Sedeh precisam de R$ 150 mil para pagar as inscrições e as demais despesas com passagens e hospedagens. A participação deve ser confirmada até segunda-feira (30).

Os estudantes foram selecionados para a competição internacional após conquistarem medalhas de ouro estadual e prata nacional na Olimpíada Internacional de Matemática Sem Fronteiras em abril deste ano.

Orgulho

A diretora Cultural, de Esporte, Social e Eventos do colégio de Leme, Angélica Modesto dos Santos, disse que os alunos sempre obtiveram destaque em olimpíadas, seja na Matemática sem Fronteiras ou na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMP), conquistando medalhas entre os terceiros e segundos colocados menções honrosas.

“Eu e toda a comunidade escolar sentimos muito orgulho dos nossos esforçados e talentosos alunos. É fruto do trabalho dos pais e de todos os professores que passaram pela vida escolar deles, destacando o professor Carlos Eduardo Spadin e a professora Ana Rita, que ministram as aulas de matemática no ensino médio. Eles comprovam que existe ensino de qualidade na rede pública de ensino, principalmente nas Etecs”, disse Angélica.

Estudo e progresso

Estudantes gravaram um vídeo para pedindo ajuda para a vaquinha virtual — Foto: Reprodução Facebook

O estudante Manoel José da Silva Neto, de 18 anos, disse que aprendeu a gostar de matemática no primeiro ano do ensino médio. “Meu professor Spadin mostrou que a matemática nada mais era que o idioma do universo, como ela funcionava e era desafiadora, depois disso me encantei”, contou.

No segundo ano o estudante participou novamente da competição e conquistou o bronze estadual e nacional. Apesar dos avançados, ele disse que jamais pensou que pudesse representar o Brasil.

“O esforço e estudo de todos valeram a pena e está sendo recompensado. Isso mostra que temos capacidade de disputar e vencer uma competição de pura inteligência”, ressaltou o estudante que pretende cursar engenharia mecatrônica na Unicamp.

Samuel Henrique de Almeida disse que sempre gostou de matemática — Foto: Reprodução Facebook

Já o aluno Samuel Henrique de Almeida, de 17 anos, disse que sempre gostou de matemática e que o incentivo veio do pai. Em 2016, ele participou da Olimpíada Matemática Sem Fronteiras e ganhou a primeira medalha de bronze estadual. Nos dois anos seguintes, ele e a equipe conseguiram os resultados desse ano.

“Foi extremamente gratificante. Estivemos treinando e melhorando nossas habilidades, por esforço próprio e por enorme ajuda de nossos professores. Obter tais resultados é uma prova de que nosso esforço não foi em vão. Esperava um dia poder mostrar ao mundo como o Brasil é diverso em seus talentos, só não esperava que a chance viesse tão cedo”, disse o estudante que gosta também de programação, inteligência artificial e negócios.

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