Por RJTV 1ªedição


Alunos estão sem aulas há quase 10 dias

Alunos estão sem aulas há quase 10 dias

A violência que atingiu, de forma trágica, a escola Daniel Piza, onde a menina Maria Eduarda morreu após ser baleada, se repete também em várias outras unidades da rede pública de ensino. No Ciep Presidente Salvador Allende, na comunidade dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, os estudantes estão sem aulas há quase 10 dias, depois de uma troca de tiros que atingiu um transformador e a escola ficou sem luz.

Como mostrou o RJTV desta quarta-feira (12), tem mãe que já perdeu o emprego, porque não tem onde deixar os filhos.

Com os filhos sem aulas, algumas mães pegam a apostila na escola e ensinar em casa. No colégio estudam 300 crianças.

A Light informou que como o transformador fica dentro da escola, deve ser trocado pela prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação sugeriu que as aulas fossem transferidas para outra escola, mais longe. As mães já perderam as contas de quantas vezes a escola já ficou fechada por conta da violência.

“Muitas, muitas vezes, as crianças deitam no chão. Quando chegam em casa e tem tiroteio, até já sabem e vão deitando”, disse uma das mães.

Nessa semana na região, 1.911 alunos ficaram sem aulas por conta de uma operação no Complexo do Lins e mais 1.400 em Costa Barros, Acari, Pavuna e no Chapadão. A especialista e educação, Andrea Ramal, explica que esses problemas contribuem para o abandono escolar.

“O calendário das escolas é continuamente interrompido, isso significa um eterno recomeçar. Não dá para pegar a matéria com 3, 4 dias parados. Tentar retomar esse ritmo que foi perdido. Isso impede a evolução do estudo natural naquele ano letivo. Sem falar que você, com isso, sem querer, às vezes estimula o abandono escolar, porque tem a criança que falta uma vez, falta outra, na terceira os pais já não levam pra escola. O problema está virando muito grave socialmente falando, porque daqui a pouco a gente vai ter um aumento dos índices de evasão e de abandono nas escolas”

Quem trabalha na escola pede um pouco mais de atenção das autoridades para a situação. “O prefeito, o secretário, precisam visitar as escolas, conversar, ouvir a comunidade, a comunidade tem propostas. Muitos dias sem aula, professores desistindo, entrando em depressão“, disse um professor da escola.

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