Educação

Por Laura Cassano, SP2 — São Paulo


Escolas de São Paulo precisam de reformas para reabrir

Escolas de São Paulo precisam de reformas para reabrir

Embora o governo de São Paulo já tenha autorizado o retorno das aulas presenciais com restrições no estado, ainda não há previsão de quando a capital paulista autorizará a volta total dos estudantes. Pelas regras da Prefeitura de São Paulo, estão permitidas apenas aulas presenciais regulares para alunos do Ensino Médio e extracurriculares para as demais séries.

Muitas escolas na cidade ainda passam por reformas de adaptações de segurança como instalação de pias para lavagem das mãos e aumento da ventilação para diminuir os riscos de contaminação pelo coronavírus.

Do total de 5,1 mil escolas da rede estadual, 1,6 mil voltaram às aulas presenciais. Destas, cerca de 500 estão na capital paulista.

Embora a volta do Ensino Médio esteja autorizada na cidade de São Paulo, ela ainda não aconteceu em todas as escolas, uma vez que cabe à instituição decidir como será o retorno.

Na escola estadual Oswaldo Aranha, no Brooklin, Zona Sul da capital, ainda não há previsão de retorno.

“Hoje eu vim retirar as apostilas do quarto bimestre e as provas minha e do meu irmão, do sexto ano. Perguntei se tinha previsão [de voltar]. Eles falaram que não tinha previsão ainda”, afirma Otávio Barbosa, que cursa o primeiro ano do Ensino Médio.

Enquanto os alunos e funcionários não voltam, a escola está em reforma. Já trocou parte do telhado que tinha vazamento. Além dos reparos estruturais, a direção vai trocar bebedouros por outros mais modernos, com torneiras de toque, e promete reformar seis banheiros que possuem torneiras que atualmente não funcionam.

Em outra escola estadual, a Énnio Voss, também no Brooklin, um funcionário informou por telefone que a direção mandou trocar os ventiladores das salas de aulas.

Segundo a secretaria da educação, 15% dos alunos da rede estadual não entregaram nenhuma atividade durante a pandemia.

O subsecretário de articulação regional, Henrique Pimentel, afirma que as escolas estão trabalhando para recuperar o conteúdo perdido.

“A gente tem hoje no estado de São Paulo mais de 1.600 escolas abertas. Dessas 1600, cerca de 500 aqui na capital. Não é a totalidade das escolas de Ensino Médio do estado que hoje estão abertas na capital. A maioria já está aberta ou se preparando para recuperação do mês de janeiro, mas é um movimento gradual e que depende da comunidade escolar”, diz Pimentel.

Movimento pela reabertura

Lana Romani faz parte de um movimento de pais que iniciou uma campanha para que as escolas sejam reabertas no ano que vem na capital.

O grupo surgiu há 10 dias nas redes sociais e conta com apoio de 20 mil famílias, tanto de alunos da rede privada quanto da pública.

O movimento está preparando uma ação judicial popular contra a Prefeitura de São Paulo para exigir que a capital siga o plano do governo do estado, que já autoriza a retomada das aulas presenciais de todas as séries.

“As classe C e D estão sendo plenamente penalizadas. Isso que a gente tem que lutar. Está aumentando a desnutrição dessas crianças que não estão comendo direito, está aumentando abuso sexual em casa, a violência doméstica”, diz Romani.

No entanto, para o especialista em Educação Fernando Cássio, não haverá tempo de muitas escolas reabrirem em janeiro, por causa da demora no início das obras.

“Escolas estaduais começaram obras no mês de setembro. A gente tem que ter as equipes de saúde visitando as escolas, pensando como melhorar as escolas. Então é obra de ventilação, obra sanitária nos banheiros, melhorar as condições”, afirma.

O subsecretário de Articulação Regional da Secretaria Estadual da Educação disse que 60% das escolas da rede já usaram a maior parte da verba repassada pelo governo para a reforma.

A Prefeitura de São Paulo disse que também já passou verba para escolas municipais fazerem as adaptações para o retorno das aulas presenciais, mas não informou quando pretende liberar o retorno dos ensinos fundamental e infantil.

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