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    Escolas particulares prepararam volta presencial mais segura, diz especialista

    À CNN, Gabriel Corrêa, do movimento Todos pela Educação, analisou agravamento da desigualdade educacional causada pela pandemia

    Juliana AlvesRenata Souzada CNN

    em São Paulo

    “Escolas particulares, ao longo da pandemia, tiveram muito mais condições de se preparar e preparar um retorno seguro, do que, infelizmente, o Poder Público, conseguiu garantir”, avaliou o líder em políticas educacionais do Movimento Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, em entrevista à CNN na noite desta terça-feira (8).

    Nesta semana, pelo menos sete estados retomaram às aulas 100% presenciais para o primeiro semestre do ano letivo. Além de outros dois que devem voltar presencialmente a partir desta quarta-feira (9).

    Apesar da retomada, os quase dois anos de pandemia e escolas fechadas impactaram diretamente na educação.

    Uma análise do movimento Todos pela Educação, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) IBGE, apontou que o número de crianças de seis e sete anos no Brasil que não sabem ler e escrever cresceu 66,3% de 2019 para 2021.

    “É uma tragédia e é uma tragédia que a gente não pode deixar virar uma tragédia invisível”, afirmou Corrêa sobre os dados.

    Diante da gravidade do problema, o especialista defendeu que é “possível reverter esse cenário e a gente precisa fazer de tudo para que essas crianças logo se alfabetizem e possam voltar a uma rotina, a uma trajetória, de aprendizagens”.

    Importância da alfabetização

    Corrêa ressaltou a importância da criação de políticas públicas focadas em recuperar a alfabetização no país.

    Segundo ele, “são essas crianças que não são alfabetizadas que futuramente terão muito menos oportunidades no ensino superior, no mercado de trabalho”.

    A análise do Todos pela Educação revela ainda a desigualdade socioeconômica no impacto da pandemia no sistema educacional.

    Nas famílias mais pobres, 51% das crianças de seis a sete anos não sabem ler ou escrever. Nas famílias mais ricas, o percentual cai para 16%.

    “A gente precisa de uma vez por todas entender no nosso país a educação como um dos instrumentos com maior potencial para reduzir as desigualdades que a gente tem”, afirmou Corrêa.