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Escolas investem em filme, música e simulações na preparação do Enem

Professores acreditam que conteúdo é melhor fixado através de formas não tradicionais
No Colégio Bahiense, músicas da orquestra Maré do Amanhã serviram como referência para revisão do Enem e aluna chegou a reger o grupo Foto: Ariel Subira / Divulgação
No Colégio Bahiense, músicas da orquestra Maré do Amanhã serviram como referência para revisão do Enem e aluna chegou a reger o grupo Foto: Ariel Subira / Divulgação

RIO - Para se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é necessário deixar de ouvir música, ir ao cinema e só ficar virando noites revisando a matéria, certo? Não para alguns professores. Na reta final para a prova, colégios e alunos elaboram projetos que quebram a rotina de sala de aula, mas não deixam de ajudar na hora do estudo.

Uma destas ideias veio exatamente em um momento de lazer, quando Leonardo Santos, coordenador pedagógico do Colégio Bahiense, foi assistir à apresentação da Orquestra Sinfônica Maré do Amanhã e viu ali uma oportunidade para juntar a música e o conteúdo para as provas.

— Na apresentação, o diretor da orquestra já dava explicações entre as músicas. Nesse momento, vi aplicabilidade para o colégio e montamos o ‘Maré de Música’ para mostrar como a arte descreve toda a História do nosso país, dos índios até os dias atuais.

O projeto teve inicialmente uma aula interdisciplinar com os professores de História, Sociologia e Literatura apontando diversas canções que exemplificam diferentes tempos históricos. Depois, os alunos foram levados até uma área onde a orquestra, formada por moradores da favela da Maré, estava pronta para executar as mais diferentes obras e suas referências com as informações dadas em sala de aula.

— Muitas matérias já foram vistas em diferentes momentos anteriormente. Mas, quando você une estas informações com um projeto atraente, fica muito mais fácil de lembrar na hora da prova — conclui Leonardo.

Foi por este motivo que o Colégio Pensi resolveu reunir parte de seus alunos anualmente, no cinema Odeon, para passar um filme e debatê-lo depois. Este ano, o escolhido foi "Estrelas além do tempo", e o debate será sobre a segregação racial nos anos 1960 nos Estados Unidos.  COm o filme, os professores esperam transmitir informações que muitas vezes não são tão trabalhadas. O encontro ocorrerá no próximo domingo, dia 3.

Após sessão de filme sobre segregação racial nos Estados Unidos na Guerra Fria, professor do Pensi debate o tema Foto: Divulgação
Após sessão de filme sobre segregação racial nos Estados Unidos na Guerra Fria, professor do Pensi debate o tema Foto: Divulgação

— É preciso empregar todos os recursos para ajudar os estudantes no vestibular e no Enem. Eles vão para o projeto animados, prontos para adquirir mais conhecimento — afirma Marcio Branco, um dos diretores da rede de colégios.

Já no Colégio Pedro II de São Cristovão, a apresentação fica por conta dos alunos por meio de um júri-simulado, e o tema escolhido é um que constantemente cai nas provas: a geografia agrária.

— Eu escolho esta temática porque ela tem uma participação siginificativa nas questões. A gente separa as turmas em grupos que vão representar o governo, a Comissão Pastoral da Terra, a bancada ruralista no Congresso, as empresas agro-exportadoras e o Movimento dos Sem-Terra para discutir — afirma Faber Paganoto, professor de Geografia da instituição.

Antes de debater, os alunos devem se preparar para conseguir ter a melhor argumentação. O resultado é uma preparação mais aprofundada e motivada.

— Saí do modelo de aula expositiva. Eles aparecem caracterizados e isso cria uma mobilização na turma.