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Escolas estaduais de SP vão ter uma aula a mais no ensino médio a partir de 2022

Todas as turmas de segundo ano passarão a ter oito aulas diárias a partir do ano que vem; em 2023, ampliação chegará ao terceiro ano
Escola Estadual Milton da Silva Rodrigues, na Zona Norte Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Escola Estadual Milton da Silva Rodrigues, na Zona Norte Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

SÃO PAULO - O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciou nesta terça-feira que o ensino médio terá uma aula a mais por dia implementada gradativamente a partir de 2022. Ele também anunciou investimentos de R$ 303,5 milhões para o Ensino Médio do estado de São Paulo, além da contratação de até 10 mil professores.

Atualmente, os alunos de todas as escolas do ensino médio no período diurno têm 35 aulas semanais (7 por dia). Eles passarão a ter 40 aulas semanais (8 por dia); No noturno são 25 aulas semanais e passarão a ter 33 aulas semanais (aumentando em 8 aulas a carga geral).

A ampliação atende o cronograma de ampliação de carga horária do Novo Ensino Médio, lei de 2017 que passa a valer no ano que vem.

A lei determina que o ensino médio tenha 60% das aulas iguais para todos os alunos e 40% seja organizado em itinerários formativos em cinco áreas: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática, Linguagens e Educação Profissional. Assim, os estudantes terão poder de decidir o que preferem estudar nesta parte do ensino médio.

Ela prevê ainda a progressão da carga horária de aulas, em um período de cinco anos (de 2017 a 2022), de 800 para 1.000 horas anuais — saindo de quatro para cinco horas diárias.

A mudança em SP será gradual: os alunos do 2º ano Ensino Médio das escolas estaduais de São Paulo terão uma aula a mais por dia já a partir do próximo ano. O 3º ano do Ensino Médio passará a ter 8 aulas por dia em 2023.

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Para as turmas do período noturno, a ampliação para 8 aulas diárias irá ocorrer já a partir 1º ano do Ensino Médio.

As aulas presenciais não serão obrigatórias em agosto. Em setembro, cada escola pode reavalir. O ensino híbrido, com aulas online e presenciais, deve continuar, de acordo com o secretário Estadual de Educação.

Novo Ensino Médio

No ano letivo de 2021, a implementação do novo currículo do Ensino Médio teve início para os mais de 460 mil alunos matriculados na 1ª série, de acordo com o secretário de Educação, Rossieli Soares. Em 2022, o novo modelo será expandido para os alunos da 2ª série.

O Novo Ensino Médio atende estudantes da 1ª série da rede pública estadual, por meio dos três componentes ofertados pelo programa Inova Educação – Projeto de Vida, Eletivas e Tecnologia e Inovação.

A ideia é que o próprio aluno escolha uma ou duas áreas para se aprofundar em conhecimentos específicos, conforme interesse individual.

Mais de 376 mil estudantes da 1ª série do Ensino Médio - 89% do total potencial de respondentes - da rede pública estadual manifestaram interesse no aprofundamento do currículo do Novo Ensino Médio.

Com os dados obtidos via Secretaria Escolar Digital (SED), as escolas vão definir os aprofundamentos curriculares a serem ofertados a partir de agosto, durante o processo de rematrícula.

A relação trouxe 10 opções de aprofundamento curricular. Quatro delas nas áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza) e seis opções integradas, que apresentam combinações (Linguagens e Matemática, Linguagens e Ciências Humanas, Linguagens e Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza, além de Ciências Humanas e Ciências da Natureza).

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Na manifestação, o estudante também pode demonstrar interesse em outros dois grupos de itinerários formativos. O segundo deles mescla as áreas do conhecimento com a qualificação profissional, via Novotec Expresso, e permite aprofundamento curricular em uma das áreas do conhecimento e dois certificados profissionalizantes durante o ano. São cursos relacionados a programação, design, dados, tecnologia, ciências sociais e comunicação, por exemplo.

O terceiro grupo, alinhado ao programa Novotec Integrado, oferece a oportunidade do estudante sair com um diploma de curso técnico e com o do ensino médio. São 21 opções de cursos técnicos: Administração, Marketing, Logística, Recursos Humanos, Comércio, Finanças, Contabilidade, Desenvolvimento de Sistemas, Informática para Internet, Serviços Jurídicos, Serviços Públicos, Guia de Turismo, Design Gráfico, Design de Interiores, Eventos, Nutrição e Dietética, Eletrônica, Eletrotécnica, Química, Análises Clínicas e Farmácia.

Garcia e Rossieli também anunciaram a criação do programa de Atividades Complementares de Arte. Será possível criar, por exemplo, grupos de teatro nas escolas.

A partir de 2022, a 2ª série contará com 10 aulas semanais dedicadas ao aprofundamento curricular escolhido conforme as opções apresentadas pela escola. Na 3ª série, serão 20 aulas.

Investimento

O investimento total para o Ensino Médio é de R$ 303 milhões. Os recursos serão repassados as 3,6 mil escolas estaduais do Ensino Médio, via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-SP). Pelo programa, cada escola recebe a verba e pode direcioná-la de acordo com a necessidade local.

Desta verba, R$ 150 milhões poderão ser usados para equipar as escolas em diferentes áreas do conhecimento.

— Os recursos do PDDE-SP serão destinados para que todas as escolas estaduais do Ensino Médio possam ampliar e melhorar a infraestrutura oferecida para atender às propostas de aprendizagem. O montante será dividido em quatro categorias: Novo Ensino Médio, Laboratório de Ciências, Laboratório Maker e Mini-Estúdios — afirmou.

O valor mínimo para escolas pequenas é de R$ 10 mil, mas ele pode chegar a R$ 200 mil para escolas maiores. Cada escola pode dizer no Plano de Aplicação Financeira (PAF) em que pretende aplicar a verba.

Outros R$ 100 milhões serão destinados Laboratório de Ciências e os demais R$ 50 milhões serão aplicados na aquisição de materiais e componentes eletrônicos para o trabalho de Programação e Robótica, bem como de ferramentas e insumos, como alicates, chave de fenda e equipamentos de proteção individual (EPIs) para que os estudantes possam utilizar esses materiais enquanto constroem os seus protótipos.

Com o aumento no número de aulas, haverá mais 121 mil aulas atribuídas e potencial crescimento de 12% no total de professores com aulas atribuídas.

Para mini-estúdios serão destinados R$ 3,5 milhões. Essas unidades vão funcionar como um HUB para toda a diretoria. O estúdio será equipado para que sejam feitas transmissões e reuniões, por exemplo.