Alunos cantam o hino nacional no Centro Educacional 308 no Recanto das Emas, escola militarizada do DF — Foto: Carolina Cruz/G1 DF
O Governo do Distrito Federal (GDF) indicou duas escolas para servir de piloto para o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, do Ministério da Educação (MEC). O Centro Educacional (CED) 416 de Santa Maria e o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 5, do Gama irão seguir o modelo proposto pelo governo federal.
A mudança está prevista para o início de 2020. Militares aposentados das Forças Armadas deverão participar da gestão disciplinar.
A remuneração da equipe será paga pelo Ministério da Defesa, que terá reforço no orçamento. Além disso, cada escola vai receber R$ 1 milhão do Ministério da Educação para investir em melhorias, afirma o governo.
As unidades de ensino foram selecionada levando em conta os índices de vulnerabilidade social, com preferência para as instituições com maior volume de alunos.
- CED 416, Santa Maria: 916 estudantes do 6º ano até o Ensino Médio
- CEF 5, Gama: 622 estudantes, do 6º ao 9º ano
O projeto do MEC terá um regulamento próprio, diferente da Gestão Compartilhada com a Polícia Militar, que já tem 12 escolas no Distrito Federal. Os dois modelos são independentes e não haverá interrupção no cronograma já implementado na capital federal, afirma a Secretaria de Educação (entenda mais abaixo).
DF terá dois modelos
CED 7 de Ceilândia iniciou o ano letivo com a gestão compartilhada com a PM — Foto: Victor Gomes / G1DF
As normas que detalham o projeto de escolas militarizadas proposto pelo MEC ainda não foram divulgadas. De acordo com o órgão, a regulamentação deve ser concluída ainda em novembro.
Algumas diretrizes foram publicadas em portaria nesta sexta-feira (22). Compare alguns pontos:
- Papel dos militares
O modelo do MEC é semelhante ao que já vem sendo aplicado no DF. Militares ficam responsáveis principalmente pela gestão disciplinar (comportamento dos alunos) e os servidores da Secretaria de Educação coordenam a gestão pedagógica (conteúdo das aulas).
Segundo o MEC, haverá um treinamento com os militares, realizado apenas pela pasta, sem a interferência do Ministério da Defesa. Já no Distrito Federal, a Secretaria de Educação coordena junto à Secretaria de Segurança Pública (SSP) a seleção dos profissionais.
Enquanto a gestão compartilhada usa agentes da PM e do Corpo de Bombeiros, o MEC usará, a princípio, o efetivo das Forças Armadas. - Uniforme e corte de cabelo
De acordo com o MEC, as escolas cívico-militares que vão seguir a regulamentação do órgão também devem incluir regras específicas envolvendo o visual dos alunos. No entanto, os detalhes ainda não foram divulgados.
Na gestão compartilhada, os meninos devem usar cabelos curtos - já para meninas, não há restrição quando ao comprimento. A Secretaria de Educação afirmou que para eles ou elas o "penteados para cabelos crespos poderão ser adaptados conforme orientação da equipe gestora". - Votação da comunidade e seleção das escolas
O GDF já indicou as escolas que serão piloto pra o projeto de militarização do governo federal. Assim como ocorre na Gestão Compartilhada, haverá consulta pública com a instituição.
Escolas militarizadas no DF
Centro de Educacional 7 (CED 7) da Ceilândia Norte é uma das escolas de gestão compartilhada com a PM, no DF — Foto: Carolina Cruz/G1
O governo do Distrito Federal pretende implementar o projeto em 40 escolas até 2022 e segue com o planejamento após o programa nacional do MEC. Veja lista de escolas com gestão militarizada no DF até novembro de 2019:
- Centro Educacional 3 de Sobradinho
- Centro Educacional 308 do Recanto das Emas
- Centro Educacional 1 da Estrutural
- Centro Educacional 7 de Ceilândia
- Centro Educacional Condomínio Estância III de Planaltina
- Centro Educacional 1 do Itapoã
- Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga
- Centro de Ensino Fundamental 1 do Núcleo Bandeirante
- Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia
- Centro Educacional 416 de Santa Maria
- Centro de Ensino Fundamental 1 do Riacho Fundo II
- Centro de Ensino Fundamental 05 do Gama
Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.