Para conter Covid, governo estadual do Rio suspende aulas presenciais

Para conter Covid, governo estadual do Rio suspende aulas presenciais

Para conter os casos de Covid, o governo do estado do Rio decidiu fechar escolas da capital e de mais 35 cidades. A semana começou com um número maior de escolas fechadas na rede estadual do Rio. Agora as aulas presenciais estão suspensas em 36 cidades, incluindo a capital. Na semana passada, eram 23. As escolas municipais e particulares continuam abertas.

“É um sentimento de desânimo, muita tristeza porque, no fim do ano tem Enem, e nós que somos pobres ficamos jogados ao acaso porque a rede privada está tendo aula. Então, acaba sendo algo desigual porque o meu Enem é o mesmo Enem que eles vão fazer. Como é que eu vou ficar?”, desabafou o estudante do ensino médio Breno de Lima, de 17 anos, .

A decisão do governo do estado tem como base a mudança de cor no mapa, que colocou duas regiões em risco alto de contaminação. Não leva em consideração se os professores estão imunizados nem os protocolos sanitários de cada unidade.

O médico sanitarista Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, diz que os critérios adotados são ultrapassados.

“No momento em que está crescendo o número de casos, eu decido fechar tudo, fecho a escola. Agora, decidir fechar só a escola e deixar bares, restaurantes, clubes etc abertos, não dá para entender”, pontuou.

Neste momento, a maior parte dos casos de Covid no estado do Rio não é atribuída à variante delta, mas as autoridades de saúde acreditam que este quadro mude até o fim do mês. O epicentro dessa cepa no país está no estado do Rio, segundo o Ministério da Saúde. A delta é mais transmissível, por isso, o temor de que a variante provoque uma nova onda de casos.

“Ela é pelo menos três vezes mais infectante que a gama. Espalhamento muito rápido e, como consequência, internados e mortes”, explicou Vecina.

Por conta do alastramento da delta, no domingo (8), o Ministério da Saúde enviou ao Rio 5% a mais de vacinas do que o previsto, mas não atendeu à solicitação do governo do estado completamente, que pedia um aumento de 15% de doses.

“Essa variante se espalhou no Brasil inteiro, já está presente em praticamente todos os estados. No Rio, ganhou um pouco mais velocidade. Esse 5% a mais de vacina ajudará, mas não fará diferença, infelizmente”, disse o médico sanitarista.

A situação na capital é mais preocupante. A média móvel de casos apresenta aumento de 22,5% em relação há duas semanas. A média móvel de mortes está em queda de 28,8%. Se mais vacinas não chegarem, o estoque para a aplicação da primeira dose termina nesta terça-feira (10).

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