Rio

Escola onde aluna Maria Eduarda morreu ganhará muro mais alto

Unidade não terá argamassa especial que protege de balas
Muros. A Escola Daniela Piza, em Acari: estudante Maria Eduarda, de 13 anos, foi morta durante confronto em março Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
Muros. A Escola Daniela Piza, em Acari: estudante Maria Eduarda, de 13 anos, foi morta durante confronto em março Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

RIO — A Escola municipal Jornalista Daniel Piza, em Acari, onde a aluna Maria Eduarda, de 13 anos, foi morta por balas perdidas, ganhará muros mais altos. A quadra da unidade também será fechada. As construções não serão feitas com a argamassa especial prometida pelo prefeito Marcelo Crivella. O problema é que, até agora, a Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente estuda como comprar o material. Logo após o crime, ocorrido no dia 30 de março, Crivella chegou a afirmar que a argamassa especial, fabricada nos EUA, já havia sido encomendada.

“Ressaltamos que não há previsão sobre a chegada do produto ao Brasil, já que as partes ainda estão conversando sobre valores e desatando os entraves burocráticos de uma transação internacional”, afirmou a secretaria.

O secretário municipal de Educação, César Benjamin, disse que serão realizados testes para saber que escolas receberão a argamassa, a começar pela Maré.

COLÉGIO ESTÁ ENTRE OS 101 QUE VÃO PASSAR POR OBRAS

A Secretaria de Educação definiu quais serão as 101 primeiras unidades da rede municipal que, assim como a Escola municipal Jornalista Daniel Piza, passarão por reformas na infraestrutura. O Plano de Recuperação das Escolas prevê uma série de intervenções que dependem da necessidade do colégio. Entre as obras que serão feitas, estão melhorias nas entradas, colocação de pastilhas, pintura e reforma de telhados, de cozinha e de quadra de esportes. Estão previstas obras de infraestrutura elétrica e hidráulica. Os custos do projeto em cada escola está estimado em R$ 1,1 milhão e, nos Cieps, em R$ 2,5 milhões.

A estimativa é que as obras custarão R$ 150 milhões. O dinheiro está sendo negociado com a Caixa Econômica Federal e, de acordo com César Benjamin, deve chegar em setembro. Dentro desse valor, também estão incluídas a conclusão de oito escolas que já começaram a ser construídas, a climatização das unidades que ainda não têm ar-condicionado até o próximo verão (são 293 das 1.537 escolas) e a ligação de 200 colégios a cabos ópticos para internet por banda larga, além da compra dos equipamentos necessários para que todo o ambiente escolar fique conectado.

200 ESCOLAS EM ESTADO CRÍTICO

As escolas que entrarão em obras foram escolhidas com base no Censo de Infraestrutura Escolar de 2017, realizado pela pasta, em vistorias do programa Conservando Escolas, feitas pela Empresa Municipal de Urbanização, a Riourbe, em 2014 e 2015, em relatórios das coordenadorias Regionais de Educação (CREs) e no diagnóstico anual do Tribunal de Contas do Município (TCM).

Inicialmente, estavam previstas reformas em 61 das 200 unidades em estado crítico. Outras 40, no entanto, foram incluídas a pedido do prefeito e do secretário, que constataram a necessidade de reformas urgentes nestas unidades.

A maior parte das escolas passará por uma reforma geral — como a Escola municipal Soares Pereira, na Tijuca. Outras unidades passarão por intervenções específicas, como a Escola Municipal Antônio Austragésilo, em Bangu, onde o telhado será reformado; a Escola Municipal Senador Camará, em Realengo, que terá a cozinha reformada; a Escola Municipal Estados Unidos, no Rio Comprido, que terá um muro de proteção construído; e a Escola municipal Medalhista Olímpico Thiago Braz da Silva, em Santa Cruz, que foi inaugurada em 2016, mas sofreu um incêndio e precisa de reparos.