Por SP1 — São Paulo


Funcionários e pais de alunos convivem com o medo de assalto em escola em Diadema

Funcionários e pais de alunos convivem com o medo de assalto em escola em Diadema

Uma escola municipal em Diadema, no ABC, foi palco de ao menos oito assaltos nos últimos três meses, de acordo com funcionários e pais de alunos. No último crime, ocorrido na semana passada, até o diretor da unidade foi rendido pelos bandidos.

Estudar ou trabalhar na Escola Municipal Doutor José Martins da Silva virou teste de coragem, seja na hora da entrada, da saída, ou mesmo durante o período de aulas. Com o portão de entrada sempre aberto e um buraco enorme em um dos muros, o acesso às dependências do colégio é fácil para qualquer um a qualquer hora.

A escola tem mais de 1100 alunos do ensino fundamental nos turnos da manhã e tarde. À noite, estudam os alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). A instituição de ensino fica no bairro Eldorado Sapopemba, a 6 km do Centro de Diadema, e é uma das maiores da cidade da Grande São Paulo. A segurança, porém, como mostrou o SP1, deixa a desejar.

“Nós temos dois guardas na escola, só que são guardas patrimoniais, né. Eles ficam guardando o patrimônio, né. Eles são desarmados e o pessoal sabe que eles estão desarmados, então fica mais fácil para as pessoas tentarem fazer alguma coisa aqui. Assalto, roubo...”, lamenta uma funcionária que preferiu não se identificar.

Sem segurança, a escola virou, além de local de estudos, ponto para o consumo de entorpecentes. Segundo uma outra funcionária, muitos usuários de drogas frequentam o lugar. “Muitas vezes a gente precisa tirar as crianças da sala de aula porque o cheiro está insuportável”, relata.

A falta de manutenção no prédio contribui para a insegurança. Funcionários contam que é comum faltar luz no estacionamento, onde os assaltos mais acontecem. No último crime, sobrou até para o diretor da escola. “Encostaram a moto, renderam o diretor eautomaticamente a funcionária que estava na rampa de acesso também. Foram muito agressivos. Eles estão muito agressivos”, relembra a mesma funcionária.

Enquanto a equipe do SP1 gravava a reportagem uma viatura da Guarda Civil apareceu e parou em frente à escola. Os próprios agentes admitiram que as rondas na área não são tão frequentes. Segundo um deles, falta efetivo para tanto.

A Prefeitura de Diadema disse que está tentando conseguir recursos para reformar a escola e subir muros mais altos, e que, entre 2013 e 2016, a unidade já passou por reformas. De acordo com a administração municipal, a Guarda Civil faz rondas 24 horas e elas serão intensificadas no local. Por fim, a Prefeitura afirmou que este mês foi criada uma comissão com representantes da escola, dos pais e das polícias Civil e Militar para tentar trazer mais segurança à instituição.

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