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José Auricchio Júnior

Escola em tempo integral para todos

Modelo é solução para reduzirmos defasagens no aprendizado e na insegurança alimentar

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José Auricchio Júnior

Prefeito de São Caetano do Sul (PSDB-SP)

Um dos principais desafios para a evolução da qualidade do ensino em nosso país é a implantação de escolas em tempo integral. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) é oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas no Brasil até 2024. Hoje esse número está bem aquém: apenas 27% das escolas são em tempo integral.

Inúmeros desafios precisam ser superados para contornarmos esse cenário, mas uma coisa é certa: a escola em tempo integral é a solução para reduzirmos defasagens no aprendizado, na insegurança alimentar, no acesso à cultura, lazer, esporte. É garantir, de fato, o direito de uma vida melhor, mais digna e com perspectivas de futuro para nossas crianças e jovens. E só existe um caminho para tornar a utopia hodierna em realidade num futuro próximo: o investimento público maciço na educação em tempo integral, com ações efetivas e planejamento a médio e longo prazo.

Em São Caetano do Sul (SP), onde 100% das escolas da educação infantil são em período integral, as crianças têm acesso a no mínimo quatro refeições, além de projetos diferenciados, como leitura e dança. Na educação básica —da pré-escola ao ensino médio— 74% das escolas da cidade são de ensino integral, superando a meta de 50% estabelecida pelo PNE.

O cenário, embora positivo, não deve ser motivo para estagnação. Ainda existe um enorme desafio para garantirmos a expansão do ensino em tempo integral aos demais estudantes da rede, principalmente no ensino fundamental 1 e 2. Temos como meta no município alcançarmos o ensino em tempo integral a todos os alunos do fundamental 1 até 2024, e os estudos para implementação já estão avançados.

A educação em tempo integral proporciona significativa melhora no rendimento escolar, pois substitui um período de ócio, ou pouco aproveitado pelos alunos, por atividades extracurriculares que contribuem para seu desenvolvimento. É mais tempo de aprendizado, algo fundamentalmente necessário em um contexto pós-pandêmico, em que nos deparamos com reflexos amargos da evasão escolar e do descompasso do aprendizado em áreas cruciais, como matemática e língua portuguesa.

Na outra ponta, a escola integral gera estímulo para que as escolas atualizem e fortaleçam seus programas pedagógicos constantemente, incluindo a capacitação de professores e demais profissionais da educação, que enfrentam esse desafio movidos pelo mesmo sentimento que os fizeram optar pela profissão: o compromisso de formar cidadãos críticos.

Nós, gestores públicos, precisamos nos unir em prol de uma educação de qualidade, ainda mais agora que o Ministério da Educação projeta políticas voltadas ao aprimoramento do processo de aprendizagem. O modelo de educação integral precisa estar no topo das discussões para garantir de fato os direitos das crianças. Em todas as esferas e circunstâncias, sem exceção. Devemos compartilhar experiências e unir esforços em prol das novas e futuras gerações. Sempre há o que melhorar.

Nelson Mandela dizia que a educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo. E esse poder está em nossas mãos.

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