Por G1 DF e TV Globo


Centro de Aprendizagem do Paranoá é inaugurado pelo governo do Distrito Federal cinco meses após menino de 8 anos desmaiar de fome dentro de sala de aula — Foto: TV Globo/Reprodução

Uma escola com capacidade para atender 560 alunos foi inaugurada nesta quarta-feira (2) no Paranoá, região do Distrito Federal onde vive o menino de 8 anos que desmaiou de fome enquanto assistia à aula em uma escola no Cruzeiro, a 30 quilômetros de casa.

Como ele, cerca de 250 crianças que faziam o mesmo percurso para estudar poderão se matricular na nova Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá. A unidade também vai adotar um método de ensino diferente do que é aplicado em todas as escolas públicas da capital, segundo o secretário de Educação, Júlio Gregório.

Crianças estudam em Centro de Aprendizagem do Paranoá recém-inaugurado pelo governo do Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução

"Essa escola, além de trazer os meninos para próximo, tem uma proposta de colocar o aluno muito como protagonista", explicou. "As crianças não são aglutinadas por ano, nem por idade, é uma proposta mais interativa. Não é a clássica sala de aula, que tem 20 meninos olhando pra nuca do outro."

Crianças reunidas no Centro de Aprendizagem do Paranoá recém-inaugurado pelo governo do Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução

As salas de aula não serão limitadas a um espaço entre quatro paredes, informou Gregório. As mesas e cadeiras podem ser dispostas no pátio ou ao ar livre e os alunos serão distribuídos de forma heterogêna. Segundo ele, isso significa que crianças de diferentes idades vão estudar juntas.

"É uma proposta que, acreditamos, será modelo em termos de processos de alfabetização e construção do conhecimetno não só para Brasília, mas para o Brasil."

Crianças no pátio do Centro de Aprendizagem do Paranoá, recém-inaugurado pelo governo do Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução

A diretora, Renata Resende, afirma que a expressão "comunidade de aprendizagem" – integrada ao nome da escola – faz alusão a um modelo de ensino que vai além das aulas expositivas e explora projetos que dialoguem com a comundiade.

"A criança tem uma participação muito mais ativa nessa comundiade onde está inserida quando você articula temas obrigatórios com o que é de interesse dela."

Renata Resende, diretora da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá — Foto: TV Globo/Reprodução

No Bom Dia DF desta quarta, o secretário Júlio Gregório informou que a escola receberia 120 alunos e que, aos poucos, matricularia novos estudantes até atingir o limite.

30 km a menos

Sem escolas públicas suficientes para atender à população do Paranoá Parque – um empreendimento do Minha Casa, Minha Vida – cerca de 250 crianças ainda percorrem 30 quilômetros para assistir às aulas na Escola Classe 8 do Cruzeiro.

Fachada da Escola Classe 8 do Cruzeiro, no Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução

Funcionários da unidade disseram ao G1 em novembro do ano passado, quando o menino de 8 anos demaiou, que a reclamação de fome era comum entre os alunos. Como as famílias do Paranoá Parque têm renda baixa, muitos dos alunos saem sem almoçar.

As aulas ocorrem à tarde mas, por conta da distância e do número de paradas do ônibus, muitas crianças acabam tendo que sair de casa às 11h e passam o horário de almoço dentro do transporte escolar do governo.

Aluno desmaia de fome em sala de aula no Cruzeiro

Aluno desmaia de fome em sala de aula no Cruzeiro

Na ocasião, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, informou que a escola serve arroz, feijão, carne e macarronada como lanche, às 15h30, e que o caso do menino era uma questão pontual da família, e não da escola.

A intenção, segundo o GDF, é que todos estes alunos migrem para a nova unidade do Paranoá. Somente no condomínio em questão moram cerca de 6 mil famílias.

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