Por Kaique Dias, g1 ES e TV Gazeta


Escola de Vitória invadida por ex-aluno terá botão do pânico

Escola de Vitória invadida por ex-aluno terá botão do pânico

A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Éber Louzada Zipinotti, em Jardim da Penha, invadida por um ex-aluno armado com bombas de fabricação caseira, facas, bestas, munição e coquetéis molotov na última sexta-feira (19) vai passar a contar com o botão do pânico.

As aulas na escola foram suspensas nesta segunda-feira (22).

Emef Eber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta

De acordo com o comandante em exercício da Guarda Municipal de Vitória, Thiago Reis, a ferramenta, que já atende mulheres que sofrem com violência doméstica, vai ajudar no atendimento rápido a casos como o da invasão do jovem Henrique Lira Trad, de 18 anos à escola Éber Louzada na última sexta.

"Já tínhamos [o projeto] em mente e iniciaremos com essa escola. Esse botão do pânico fica à disposição de algum servidor estratégico. Em casos de emergência, ele aciona esse dispositivo. Esse botão do pânico começa a gravar o som ambiente, manda um sinal de GPS para a nossa central e nossas viaturas já seguem em prioridade para o local", informou o secretário.

Botão do pânico — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Ainda não há prazo para que outras escolas da rede de ensino municipal recebam o botão do pânico porque, de acordo com o comandante da Guarda, o projeto depende de licitações.

O comandante da Guarda disse ainda que, desde a invasão à escola, equipes da Guarda Municipal identificaram alguns pontos de fragilidade na unidade.

"Iniciamos, desde o fato, o acompanhamento através da nossa inspetoria escolar, que já está fazendo um trabalho efetivo. Durante o final de semana, nossa equipe de inteligência trabalhou para identificar as fragilidades que havia no prédio para inibir esse tipo invasão. Algumas delas já foram sanadas e, durante a semana, vamos sanar os demais problemas que a gente identificou", argumentou o comandante em exercício da Guarda de Vitória.

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Reencontro após invasão

Domingo foi de reencontro de professores, alunos e pais em frente à escola invadida por ex-aluno em Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Neste domingo (21), alunos, pais e professores da escola municipal Eber Louzada Zippinotti se reuniram em frente à unidade.

O objetivo do encontro foi agradecer o fato de ninguém ter se ferido gravemente durante a invasão de Henrique Lira Trad, de 18 anos. Em alguns momentos, participantes conversaram e também fizeram um momento de oração.

Alguns alunos disseram que ainda não se sentem seguros em retornar para a escola. Uma delas é Rayka Riana Pereira Mendes de 11 anos. Ela contou que no dia da invasão chegou a ver o ex-aluno.

"Saí pra ir ao banheiro e ele estava subindo a rampa e caiu uma flecha na minha frente. Pensei que era de brinquedo. Depois todo mundo começou a gritar. Fiquei com medo e entrei na sala. Estou com um pouco de medo ainda. Não sei se eu voltaria agora", disse a aluna.

Jeane Meire França Guidoni tem dois filhos na unidade e disse que a menina de 10 anos não consegue nem pensar em voltar a estudar no local.

"Minha filha não quer vir pra escola, está chorando o tempo todo. Ela sofreu muito. A sala dela não foi invadida porque a professora trancou a porta", disse a mãe.

Invasão

Ex-aluno invadiu escola e ameaçou atentado em Vitória

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Henrique pulou o muro da escola e, depois de entrar, trancou o portão para que ninguém saísse. Um aluno encontrou o invasor e ficou com o rosto arranhado ao tentar impedir o atentado.

Um vídeo gravado dentro da escola mostrou o rapaz já imobilizado [assista o vídeo acima]. Quando perguntaram o motivo da invasão ele disse apenas que não gostava das pessoas que estavam ali.

Segundo testemunhas, o invasor foi contido primeiro por um professor da escola. Depois um policial rodoviário federal, que mora perto da escola, ouviu gritos e também ajudou a prender o rapaz.

Ex-aluno invade escola em Vitória — Foto: Polícia Militar/Divulgação

Ainda de acordo com testemunhas, ele lançou flechas contra várias pessoas, incluindo uma professora e uma aluna.

Para a polícia, Henrique Lira Trad teria dito que queria matar de seis a sete pessoas. O ex-aluno teria falado também que a ideia era provocar um confronto com a polícia para que ele próprio fosse morto pelos agentes.

Audiência de custódia

Henrique Lira Trad, ex-aluno que invadiu escola armado, foi retirado da unidade por policial militar — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Henrique Lira Trad passou por audiência de custódia no Centro de Triagem de Viana e foi encaminhado para o Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), em Cariacica, na Grande Vitória, neste sábado (20). No local, ele passou por uma consulta e voltou ao presídio.

A Polícia Civil informou que após a prisão na última sexta, ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, com impossibilidade de defesa da vítima e cometido contra menor de 14 anos (três vezes).

O processo segue em segredo de Justiça e, por isso, não há mais detalhes sobre o caso.

Até a última atualização deste texto, a reportagem não havia obtido contato com o preso ou a defesa dele.

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