Escola de quem?

Criado em 2003, ainda no governo Geraldo Alckmin (PSDB), o programa Escola da Família foi praticamente reduzido pela metade.

O projeto consiste em oferecer bolsas de estudo a alunos de universidades particulares. Em troca, eles participam, aos finais de semana, de atividades pedagógicas nas escolas da rede estadual.

O objetivo é integrar pais, alunos, professores e a comunidade em ações de esporte, cultura, saúde e lazer.

De 10 mil bolsas concedidas em 2018, a gestão João Doria (PSDB) reduziu a quantidade para apenas 5.360 neste ano. A gratuidade é total: o estado banca metade, e o restante é financiado pela própria faculdade.

Com o esvaziamento do programa, estudantes que perderam a bolsa não sabem se conseguirão continuar pagando as mensalidades. Muitos falam que serão obrigados a abandonar seus cursos.

Até mesmo os professores foram prejudicados, já que ganhavam uma graninha extra por participarem da iniciativa.

Além de ajudar alunos pobres a batalhar por um diploma, o Escola da Família tem a função de fazer melhor uso das unidades educacionais.

Abertas também aos sábados e domingos, as escolas se livram de eventuais invasões, vandalismo e uso de drogas —práticas comuns em colégios de regiões mais carentes.

A gestão Doria diz que as mudanças serão "pequenas". Afirma ainda que algumas universidades não preenchiam mais os requisitos e, por isso, foram vetadas.

Nos últimos 15 anos, o Escola da Família já distribuiu 158 mil bolsas e trouxe vida a escolas que antes ficavam com as portas fechadas. Espera-se que isso não acabe de uma hora para outra.

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