Rio

Escola da Maré é depredada no dia de ato pelo fim da violência na região

Imagem mostra como ficou o cenário após a invasão
 O cenário de destruição no Espaço de Desenvolvimento Infantil Maria Amélia Castro e Silva Belfort, na Maré, que foi invadido e depredado Foto: Reprodrução / Maré Vive
O cenário de destruição no Espaço de Desenvolvimento Infantil Maria Amélia Castro e Silva Belfort, na Maré, que foi invadido e depredado Foto: Reprodrução / Maré Vive

RIO - No dia da “Macha pela Paz” no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, uma escola da região amanheceu depredada. O Espaço de Desenvolvimento Infantil Maria Amélia Castro e Silva Belfort (EDI) foi invadido e ficou destruído. Uma imagem publicada na página Maré Vive, no Facebook, mostra como ficou o cenário na unidade escolar na manhã desta quarta-feira.

Os chuveiros e bicas estavam abertos, a merenda espalhada e tintas foram jogadas pelo chão. Segundo a Secretaria municipal de Educação informou, em nota, a unidade foi completamente vandalizada e não teve como abrir as portas nesta quarta-feira.

Pela manhã, equipe da 4ª Coordenadoria Regional de Educação e representantes da comunidade escolar e líderes comunitários estiveram no local para avaliar os danos causados. Até o momento, não foi constatado furto. A 4ª CRE está tomando as providências cabíveis para que o serviço seja restabelecido o mais breve possível.

“Maior vacilo dessa galera que não sabe tratar o espaço para as crianças com respeito, entraram e bagunçaram a parada toda”, afirmava um post na página.

Nesta quarta-feira, vans saíram de vários pontos da cidade rumo ao complexo de 16 favelas, localizada entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, no caminho para o Aeroporto Internacional Tom Jobim.

Num movimento inédito, ONGs, religiosos, ativistas sociais, estudantes, políticos e artistas se uniram para realizar a Marcha Contra a Violência na Maré

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ARTE PELO FIM DA GUERRA

Organizada pelo Fórum Basta de Violência! Outra Maré é Possível, a marcha começou às 13h. Saiu de dois pontos nas extremidades do complexo — a Praça do Parque União e a Associação de Moradores do Conjunto Esperança. Em seguida, cruzou ruas de quase todas as comunidades e terminou num destino simbólico: uma praça numa localidade conhecida como Divisa, na esquina das ruas Evanildo Alves e Principal, na Baixa do Sapateiro.

Ali é uma espécie de fronteira, um local de confrontos que separa os territórios de duas das três facções criminosas — Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) — que dominam a região, com cerca de dez quilômetros quadrados. A terceira é uma milícia. Diante de casas cravadas de tiros, os participantes fizeram apresentações, ler manifestos, cantar e pedir o fim da guerra.