Por Jornal da EPTV 1ª Edição


Pais e alunos reclamam da sujeira causada por pombos em escola em Bonfim Paulista

Pais e alunos reclamam da sujeira causada por pombos em escola em Bonfim Paulista

Na hora do intervalo, o pátio é a última opção para os alunos da Escola Estadual Doutor Francisco da Cunha Junqueira, em Ribeirão Preto (SP). Com o acúmulo de fezes de pombos, eles reclamam que não têm onde se sentar. “Temos outras alternativas. Tem as muretinhas, então a gente fica nas muretas ou então no refeitório”, afirma Letícia Dos Santos Antonino, de 17 anos, aluna do 3° ano do ensino médio.

A infestação das aves, que atraem doenças perigosas ao ser humano, virou motivo de preocupação para os pais dos jovens, que pedem providências por parte da direção da unidade no distrito de Bonfim Paulista.

"Eu me sinto colocando meu filho num lixo. Tenho que levantar meu vestido para passar. É um caos. Eu sinto até vergonha de conversar sobre isso. Porque, bem ou mal, é uma escola pública. Dinheiro é nosso, a gente não está vendo retorno algum", afirma a doméstica Luzia Aparecida Módulo.

Procurada pelo Jornal da EPTV, a direção da escola se recusou em receber a reportagem e chegou a chamar a polícia. Mais tarde, a supervisora regional de ensino, Mirian Helena Goldschmidt, informou que a escola tem tomado medidas para evitar a sujeira e o acúmulo de pombos na unidade, mas que as providências ainda são insuficientes.

"A construção aberta propicia, é uma praga urbana, é algo que a gente tem dificuldade realmente de controlar, mas estamos realizando ações mesmo nesse sentido", disse.

'Muito sujo'

A presença em massa de pombos no local e as fezes deixadas pelas aves deixam os pais preocupados com a saúde dos filhos na escola estadual.

Adaptado a viver nas cidades, em diferentes tipos de estruturas prediais, e difícil de ser caçado por outros animais, o pombo, apesar de simpático no convívio com humanos, representa um risco de contaminação para doenças como a salmonelose e a meningite, segundo o Ministério da Saúde.

Sem saber desses riscos, muitas das crianças da escola mantêm contato com o chão da escola, afirma o cinegrafista João Carlos Vicente, pai de um dos alunos. “Eu falei com a coordenadora e ela disse que eu tenho que falar com a diretora. Mas não resolve. Isso já está há um bom tempo aí. Está horrível, está muito sujo”, afirma.

O jardineiro Sebastião Clemente Rocha também se preocupa com o neto matriculado na escola. “Se tivesse pelo menos alguém para limpar, mas não tem ninguém para limpar isso daí", reclama.

A doméstica Luzia Aparecida Módulo afirma que, em contato com a direção, foi orientada a criar um esquema de revezamento entre os pais para a limpeza do pátio.

“Foi falado pra gente fazer um revezamento, para poder limpar, que não tem como, que ela [diretora] conta só com duas funcionárias. Tem uma sala que os pais estão fazendo isso, os pais estão vindo limpar. É difícil, eu não tenho palavras. Eu fui criada em uma educação pública, que não era isso aqui”, lamenta.

Medidas insuficientes

A supervisora regional de ensino, Mirian Helena Goldschmidt, disse que a escola tem tomado medidas ao longo do ano, como a instalação de telas, mas que isso não tem resolvido o problema. "Infelizmente essas pombas conseguem passar a tela e ainda estão fazendo seus ninhos", afirma.

Ela também explicou que o pátio tem sempre uma pessoa responsável pela limpeza nos períodos da manhã, da tarde e da noite. "Também temos acompanhamento da zoonoses, já solicitamos uma nova visita à zoonoses e sempre enviamos ofícios", disse.

Antes de ela prestar esclarecimentos, a diretora da escola chamou a polícia depois que a reportagem a procurou para falar sobre o caso.

Alunos reclamam de sujeira no pátio da Escola Estadual Dr. Francisco Da Cunha Junqueira — Foto: Reprodução/EPTV

Alunos não podem utilizar pátio por conta da sujeira — Foto: Reprodução/EPTV

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1