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Erros que derrubam a nota da redação

Veja os principais equívocos cometidos nos textos da prova do Enem e saiba como evitá-los
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Os candidatos devem estar atentos para erros que vão tirar muitos pontos na hora da avaliação do examinador Foto: Fotolia
Os candidatos devem estar atentos para erros que vão tirar muitos pontos na hora da avaliação do examinador Foto: Fotolia

Mais de 84 mil candidatos receberam nota zero na redação do Enem no ano passado, segundo o Ministério da Educação (MEC). O número alto deixa claro que não dá para ser negligente com essa parte do exame. Além de treinar e se preparar, é bom evitar alguns erros que prejudicam o resultado final.

Antes de tudo, o aluno deve ler com atenção máxima o enunciado apresentado. Porque a fuga do tema proposto é um erro dos mais comuns. Thaiane Espindola, professora de redação do Colégio QI, explica que o candidato se dá mal ao não fazer uma leitura atenta. A consequência disso é a incompreensão do que foi solicitado.

– Foi exatamente o que aconteceu em 2016 com os candidatos que optaram por abordar a temática da intolerância de um modo geral, sem relacioná-la à religião, como pedia especificamente o tema Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” – exemplifica Thaiane.

Francielly Anita Dias, aluna do 3° ano do ensino médio, foi uma das candidatas que tiveram dificuldade com o tema do ano passado. A jovem de 17 anos conseguiu 640 pontos do total de 1.000 pontos possíveis na redação.

Francielly Anita Dias se surpreendeu com o tema religioso da redação do Enem 2016 Foto: Arquivo Pessoal
Francielly Anita Dias se surpreendeu com o tema religioso da redação do Enem 2016 Foto: Arquivo Pessoal

Raphael Torres, professor de redação do QG do Enem, diz que outro equívoco bastante comum se deve ao que ele chama de "ditadura do dom e da inspiração". Uma crença de que escrever bem é uma questão de aptidão natural, um talento com o qual a pessoa nasce. O educador discorda totalmente desta visão. Para Raphael, ter um bom texto é resultado de prática.

Veja abaixo exemplos de erros comuns apontados por Raphael e Thaiane:

REPETIÇÃO VOCABULAR

Para Torres, repetir palavras num parágrafo ou no correr do texto não só prejudica a percepção do avaliador sobre o vocabulário do candidato, como também resulta numa aparente redundância de ideias e argumentos. Utilizar pronomes, sinônimos, ou mesmo omitir algum trecho desnecessário ao desenvolvimento do tema são estratégias que ajudam a resolver o problema.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

De acordo com o professor, a inversão das orações ou o distanciamento entre sujeito e verbo são as principais causas de desvio em concordância nos textos, o que exige do candidato uma atenção redobrada.

Exemplos:

Errado:

Não se deve considerar correto , embora haja uma sociedade que concorde muitas vezes com essa postura, toda agressão moral a qual mulheres são submetidas diariamente.

Certo:

Não se deve considerar correta , embora haja uma sociedade que concorde muitas vezes com essa postura, toda agressão moral a qual mulheres são submetidas diariamente.

DESRESPEITAR OS DIREITOS HUMANOS

Por mais incomodados que alguns candidatos possam ficar diante de certas abordagens propostas nas provas, é preciso ter cuidado em não optar por radicalismos ou argumentos que desviem dos direitos humanos básicos – explica Raphael Torres, lembrando que textos considerados ofensivos e preconceituosos levam zero.

USO DE GÍRIAS E “INTERNETÊS”

O uso inapropriado de gírias e abreviações, muito utilizadas em mensagens nas redes sociais, deve ficar para depois do término da prova. A correção atribui de zero a duzentos pontos para o domínio que o candidato apresenta da norma culta da língua. Portanto, muito cuidado com isso.

Exemplo:

Errado:

A violência contra a mulher tbm ocorre por impunidade dos agressores.

Certo:

A violência contra a mulher também ocorre por impunidade dos agressores.

Não há espaço no Enem para preconceitos ou desrespeito aos direitos humanos Foto: Fotolia
Não há espaço no Enem para preconceitos ou desrespeito aos direitos humanos Foto: Fotolia

USO EQUIVOCADO OU AUSÊNCIA DE CONECTIVOS

Um bom texto precisa apresentar claramente a relação existente entre as ideias ali expostas, o que pode ocorrer por meio do uso de conectivos. A ausência deles faz com que a compreensão do todo se torne obscura. Já seu uso equivocado atrapalha a fluidez textual, podendo gerar, inclusive, entendimentos contrários ao que se quis dizer.

Exemplo:

Utilização de conectivo adversativo para concluir um raciocínio. No exemplo abaixo, o uso inadequado dá a entender que, no momento da conclusão, o redator optou por negar tudo o que fora afirmado anteriormente:

Errado:

"Diante do exposto, contudo, não há como negar que diversas religiões são perseguidas no Brasil e, para ao menos mitigar essa realidade danosa, algumas iniciativas precisam ser tomadas. (...)”

Nesse caso, o ideal seria usar um elemento coesivo de caráter conclusivo, como portanto , enfim , em síntese , etc.

GENERALIZAÇÕES E SENSO COMUM

Os candidatos que fazem uso recorrente de generalizações tendem a ser penalizados na correção. Isso porque proposições assim, sem objetividade nas argumentações e pautadas no senso comum, não se sustentam e levam a uma superficialidade argumentativa.

Exemplo:

Errado:

“A grave crise do sistema educacional do Brasil ocorre, dentre outras razões, porque os políticos, pensando em atender somente às necessidades próprias, não se importam com melhorias para os estudantes.”

TEMPO DE PROVA

Por fim, uma recomendação fundamental. Os estudantes devem treinar bastante para produzir o texto num tempo ideal, que não deve passar de 1h20m. Os educadores recomendam que ele seja produzido entre os 70 e 80 minutos iniciais da prova.  Com isso, o candidato fica com uma boa margem para revisar a redação, corrigir as eventuais falhas, e se dedicar tranquilamente à outra parte do exame, com questões objetivas.