Por Bárbara Muniz Vieira, G1 SP — São Paulo


Jovens em escola da rede de ensino do Estado de São Paulo — Foto: Governo do Estado de São Paulo

O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (20) a expansão do Novo Ensino Médio para o segundo ano a partir de 2022. Dentre as principais mudanças, os alunos terão uma aula a mais por dia. Além disso, o ensino híbrido será mantido, ou seja, mesmo com a retomada das aulas presenciais, o aprendizado remoto vai permanecer.

O investimento será de R$ 303,5 milhões, e há a previsão da contratação de até 10 mil professores.

Entenda o que muda:

  • Atualmente, os alunos do ensino médio no período diurno têm 35 aulas semanais (7 por dia). Eles passarão a ter 40 aulas semanais (8 por dia);
  • No noturno, são 25 aulas semanais. Eles passarão a ter 33 aulas semanais (aumentando em 8 aulas a carga geral);
  • A mudança será gradual: os alunos do 2º ano terão uma aula a mais por dia já a partir do próximo ano;
  • Os alunos do 3º ano passarão a ter 8 aulas por dia em 2023;
  • Para as turmas do período noturno, a ampliação para 8 aulas diárias irá ocorrer já a partir do 1º ano;
  • As aulas presenciais não serão obrigatórias em agosto. Em setembro, cada escola pode reavaliar essa definição;
  • O ensino híbrido, com aulas online e presenciais, vai continuar;
  • A partir de 2022, o segundo ano contará com 10 aulas semanais dedicadas ao aprofundamento curricular escolhido conforme as opções apresentadas pela escola. No terceiro ano, serão 20 aulas.

Novo Ensino Médio

No ano letivo de 2021, a implementação do novo currículo do ensino médio teve início para os mais de 460 mil alunos matriculados no primeiro ano, de acordo com o secretário da Educação, Rossieli Soares. Em 2022, o novo modelo será expandido para 422 mil alunos do segundo ano.

Atualmente, o Novo Ensino Médio atende estudantes do primeiro ano da rede pública estadual por meio dos três componentes ofertados pelo programa Inova Educação – Projeto de Vida, Eletivas e Tecnologia e Inovação.

A ideia é que o próprio aluno escolha uma ou duas áreas para se aprofundar em conhecimentos específicos, conforme interesse individual.

A relação trouxe 10 opções de aprofundamento curricular:

Quatro delas são nas áreas de conhecimento:

  • Linguagens:
  • Matemática;
  • Ciências Humanas;
  • Ciências da Natureza.

Seis delas são opções integradas, que apresentam combinações:

  • Linguagens e Matemática:
  • Linguagens e Ciências Humanas:;
  • Linguagens e Ciências da Natureza;
  • Matemática e Ciências Humanas;
  • Matemática e Ciências da Natureza;
  • Ciências Humanas;
  • Ciências da Natureza.

Com os dados obtidos via Secretaria Escolar Digital (SED), as escolas vão definir os aprofundamentos curriculares a serem ofertados a partir de agosto, durante o processo de rematrícula.

Mais de 376 mil estudantes do primeiro ano do ensino médio - 89% do total potencial de respondentes - da rede pública estadual manifestaram interesse no aprofundamento do currículo do Novo Ensino Médio.

Na manifestação, o estudante também pode demonstrar interesse em outros dois grupos de itinerários formativos.

O segundo deles mescla as áreas do conhecimento com a qualificação profissional, via Novotec Expresso, e permite um aprofundamento curricular em uma das áreas do conhecimento e dois certificados profissionalizantes durante o ano.

São cursos relacionados:

  • Programação;
  • Design;
  • Dados;
  • Tecnologia;
  • Ciências sociais;
  • Comunicação.

O terceiro grupo, alinhado ao programa Novotec Integrado, oferece a oportunidade de o estudante sair com um diploma de curso técnico e com o do ensino médio.


São 21 opções de cursos técnicos:

  • Administração;
  • Marketing;
  • Logística;
  • Recursos Humanos;
  • Comércio;
  • Finanças;
  • Contabilidade;
  • Desenvolvimento de Sistemas;
  • Informática para Internet;
  • Serviços Jurídicos;
  • Serviços Públicos;
  • Guia de Turismo;
  • Design Gráfico;
  • Design de Interiores;
  • Eventos;
  • Nutrição e Dietética;
  • Eletrônica;
  • Eletrotécnica;
  • Química;
  • Análises Clínicas;
  • Farmácia.

As escolas também receberão o programa de Atividades Complementares de Arte. Será possível criar, por exemplo, grupos de teatro nas escolas.

Investimento

O investimento total para o ensino médio é de R$ 303 milhões. Os recursos serão repassados às 3,6 mil escolas estaduais que atendem esse público-alvo, via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-SP). Pelo programa, cada escola recebe a verba e pode direcioná-la de acordo com a necessidade local.

Desta verba, R$ 150 milhões poderão ser usados para equipar as escolas em diferentes áreas do conhecimento.

O valor mínimo para escolas pequenas é de R$ 10 mil, mas ele pode chegar a R$ 200 mil para unidades maiores. Cada escola pode dizer no Plano de Aplicação Financeira (PAF) em que pretende aplicar a verba.

Outros R$ 100 milhões serão destinados a Laboratório de Ciências e os demais R$ 50 milhões serão aplicados na aquisição de materiais e componentes eletrônicos para o trabalho de Programação e Robótica, bem como de ferramentas e insumos, como alicates, chave de fenda e equipamentos de proteção individual (EPIs) para que os estudantes possam utilizar esses materiais enquanto constroem os seus protótipos.

Para miniestúdios serão destinados R$ 3,5 milhões. Essas unidades vão funcionar como um HUB para toda a diretoria. O estúdio será equipado para que sejam feitas transmissões e reuniões, por exemplo.

Com o aumento do tempo em classe, haverá mais 121 mil aulas atribuídas e um potencial crescimento de 12% no total de professores com aulas atribuídas.

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