vitória dos estudantes

Enem é adiado contra a vontade de Weintraub. Entenda

Ministro bolsonarista defendia a manutenção das datas, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus. Pressão social obteve vitória no Senado

reprodução/twitter
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Governo Bolsonaro tentou dificultar acesso à isenção da taxa de inscrição do Enem e perdeu na Justiça

São Paulo – O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será adiado, conforme definição divulgada hoje (20) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Inep é a autarquia subordinada ao Ministério da Educação (MEC) responsável pela prova.

De acordo com o instituto, o exame, que seria realizado nos dias 1º e 8 de novembro, deve ter nova data entre 30 e 60 dias depois disso. A razão é a pandemia do novo coronavírus, que paralisou aulas de muitos estudantes, especialmente os mais vulneráveis que não possuem acesso à internet.

A decisão vem um dia depois do Senado aprovar por 75 votos a 1 o adiamento da prova. A única divergência foi do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente.

Também ontem, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou em seu Instagram que uma enquete seria realizada entre os inscritos, pela internet. A questão é que, um dos motivos para que o Enem fosse adiado é justamente que parte dos estudantes não possuem acesso à rede.

Mesmo com a antítese da ideia do ministro com a realidade, tal enquete foi confirmada pelo Inep. “O Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante”, afirma o instituto, em nota.

Vitória da mobilização

A intensa mobilização de estudantes na internet, com a campanha #AdiaEnem, conquistou essa vitória. Isso porque Weintraub afirmou ontem que a enquete seria para decidir entre três alternativas: suspender por 30 dias, adiar por mais tempo e não adiar.

Mesmo com a defesa do ministro e do núcleo bolsonarista pela manutenção da data original, agora o adiamento é realidade.


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