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Enem não virá carregado de 'tintas ideológicas', diz Weintraub

Ministro da Educação disse que exame será 'mais neutro'; de acordo com o Inpe, custo da prova será de R$ 537 milhões

Por Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deu uma entrevista coletiva e afirmou que as questões Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) neste ano não virão carregadas "com tintas ideológicas", como ocorria em anos anteriores, de acordo com a avaliação do ministro. Ele também afirmou que a prova será "mais neutra" e com ênfase em "critérios educacionais". Na entrevista, o MEC também divulgou que o Enem 2019 deve custar R$ 537 milhões.

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem dois dias de provas Foto: Dida Sampaio/Estadão

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A estimativa é de que o custo por aluno seja de R$ 105,52 por candidato inscrito. Nesse cálculo, estão incluídos gastos com a impressão, envio, aplicação e despesas com segurança da prova, por exemplo. No ano passado, o custo por aluno foi equivalente a R$ 106,13. O valor efetivamente desembolsado em 2018 está acima do que havia sido divulgado antes de o exame ser aplicado. Na época, a estimativa de custo por aluno era de R$ 84,66. O presidente do Inep, Alexandre Lopes, atribuiu a diferença dos valores à mudança nos critérios. No cálculo anunciado ano passado, algumas despesas não haviam sido consideradas.

Os valores divulgados hoje podem mudar, segundo Lopes. Se a abstenção for alta, disse, os valores podem cair. Mas, completou, se houver a necessidade de reaplicação da prova (o que ocorre nos casos em que alunos não podem realizá-la no dia marcado por causa de falta de luz, alagamentos próximo do local do exame, por exemplo), os custos poderão ser mais altos.“Se tivermos que fazer um número de reaplicações maior que o normal, teremos que imprimir mais provas”, explicou.

A edição deste ano conta com 5,1 milhões de inscritos. A maior parte dos candidatos está em São Paulo, Estado que concentra 816.015 candidatos. Neste ano, serão 10.133 locais de provas e 147.565 salas de aula. A prova será feita nos dias 3 e 10 de novembro.

O presidente do Inep advertiu que candidatos devem tomar um cuidado redobrado com os aparelhos eletrônicos. Candidatos que deixarem aparelhos ligados, mesmo que guardados apropriadamente e colocados embaixo da carteira, poderão ser desclassificados. Lanches também serão vistoriados.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que as provas já foram impressas e metade do material já foi encaminhado para o destino. Ele lembrou que este será o último ano em que a prova será feita totalmente de forma impressa. A partir de 2020, o cronograma prevê uma transição progressiva para a prova digital. A expectativa, de acordo com o presidente do Inep, é de que a migração para a prova digital possa reduzir as abstenções.

Lopes observou que a maior parte do custo da prova do Enem é financiada pelo instituto. Dos R$ 537, 7 milhões que devem ser desembolsados para a realização da prova neste ano, R$ 179,7 milhões são provenientes de recursos obtidos com a taxa de inscrição. 

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