ENEM 2023 - DOMINGO (5) - Ribeirão Preto (SP): Caderno de prova do primeiro dia de exame — Foto: Érico Andrade/g1
Professores de colégios e de cursos que analisaram o conteúdo da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 avaliam que os itens tiveram níveis balanceados e trouxeram apontamentos de problemas sociais complexos, mas passaram longe de grandes polêmicas.
Para Vera Lúcia Antunes, coordenadora Pedagógica do Objetivo, a edição de 2023 do Enem foi "a melhor dos últimos anos". Ela diz que a prova foi inovadora, trouxe uma grande variedade de textos e buscou discutir problemas atuais da sociedade.
Diogo D’Ippolito, professor do Colégio e Sistema pH, concorda. Segundo ele, a prova não se poupou de trazer temas incômodos contemporâneos.
Confira abaixo o que outros professores que participaram da prova disseram sobre suas disciplinas:
Língua estrangeira - Inglês
De acordo com Mariana Billia, que é coordenadora de inglês no Sistema Etapa, as questões de língua inglesa no Enem 2023 não trouxeram novidades e se mantiveram no padrão já conhecido.
Língua estrangeira - Espanhol
A prova de espanhol do Enem 2023 trouxe temas muito atuais, segundo Hernán Bastida Veloso, professor da disciplina no Curso e Colégio Oficina do Estudante. Xenofobia, dislexia e a valorização da cultura gastronômica da Espanha foram algumas das temáticas que apareceram nos itens.
Vivian Motta Pires, que ensina o idioma no Sistema Etapa, diz que o grande diferencial da prova de espanhol foi a cobrança de gramática aplicada. "Fazia muito tempo que a prova de espanhol exigia interpretação de texto e, às vezes, conhecimento de vocabulário específico."
Português
No que diz respeito a interpretação de texto, a prova foi balanceada e apresentou uma divisão que visava contemplar o máximo de competências na matriz de referência, de acordo com João Filho, professor da área na Plataforma Professor Ferretto.
Veridiane Carvalho, da Plataforma Professor Ferretto, diz que em gramática o Enem manteve o mesmo estilo e cobrou variação linguística e funções da linguagem, algo recorrente no exame.
Artes
Em artes, Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo, avalia que a prova foi "antenada com os jovens" e trouxe diversas manifestações culturais, de artes visuais como Lasar Segall, com dança com o Grupo Corpo, à manifestações de diferentes partes do país como Amapá, São Paulo e Minas Gerais.
Educação física
Como sempre, questões de educação física, que compõem a prova de Linguagens, apareceram de maneira interdisciplinar. O tema apareceu em itens sobre as Olimpíadas e em questões sobre futebol.
História
O professor Pedro Rennó, que leciona história na Plataforma Professor Ferretto, avalia que a prova da disciplina foi marcada por interdisciplinaridade.
O diretor do Curso Anglo, Sérgio Paganim, considera que a prova teve dificuldade mediana e exigia muita leitura.
Geografia
Segundo Alexandre Groth, professor de geografia da Plataforma Professor Ferretto, as questões da disciplina exploraram diferentes habilidades e competências e foram marcadas pela diversidade de linguagens, temas e situações-problema, que exigiam maior capacidade de interpretação.
Já o coordenador da disciplina do Sistema Etapa, Omar Fadil Bumirgh, diz que a prova de geografia deste ano foi clássica, manteve o padrão do exame e apresentou uma divisão equilibrada entre geografia do Brasil e geografia geral.
Sociologia
Filosofia
Para Mário Marcondes, professor de filosofia da Plataforma Professor Ferretto, a prova da disciplina foi "muito bem construída e soube trabalhar conceitos de modo contextualizado", e não contou com questões polêmicas.
Já Silvio Sawaya, professor de humanidades do Curso e Colégio Oficina do Estudante, avalia que os itens da disciplina demandavam muita atenção. "As alternativas estavam fáceis, mas os textos não eram assim tão fáceis, e algumas questões exigiam um pouco mais de atenção nas alternativas", diz.