Sergipe foi destaque no cenário nacional do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. O G1 conversou com dois estudantes que foram bem no exame em meio a pandemia da Covid-19. João Victor e Luiz Pablo contam como foi a preparação em meio ao caos sanitário que o país vive e como isso refletiu na nota final deles.

975

João Victor, de 21 anos, foi muito bem naquela que é considerada por muitos a prova mais difícil do Enem: Matemática. O jovem sergipano acertou as 44 questões de matemática (uma das questões foi anulada) e tirou 975,0, ficando bem acima da média nacional de 520,73. Ele quer cursar medicina.

João Victor tirou nota máxima em matemática no Enem 2020 — Foto: Arquivo Pessoal

"O que eu mais procurei fazer esse ano foi não me limitar as provas do Enem. Apesar do exame ser o único que vou fazer para o vestibular, eu procurei estudar para outros também. Enquanto estudava a matéria fiz todo o Enem, Fuvest, Unicamp, FGV e várias outras faculdades que, de certa forma, têm um nível de dificuldade maior. Isso ajudou, porque ao chegar na prova desse ano eu encontrei uma facilidade nas questões e um controle do tempo e isso refletiu no resultado", explicou.

O tão sonhado 1000

Uma das maiores expectativas do Enem é pela redação. Esse ano o tema foi 'O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira' considerado recorrente, mas difícil por alguns estudantes de Sergipe. Luiz Pablo não teve esse problema e tirou a tão sonhada nota 1000 na redação do exame em 2020. Ele tem 23 anos e também pretende cursar medicina.

Luiz Pablo foi um dos poucos estudantes do Brasil a tirar nota máxima na redação — Foto: Arquivo Pessoal

"Para a redação especificamente, eu apostei bastante em repertórios universais - aqueles que se encaixam em mais de um tema-, junto com as várias séries que assisti para citá-las como fatos do cotidiano. Estudei gramática, assunto que já gostava, para me aperfeiçoar na competência 1 ,que sempre me diziam que era praticamente impossível fecha-la, sendo que nela especialmente, eu foquei nas últimas semanas, analisando cada erro, estudando-o, corrigindo-o e revisando-o cotidianamente, até que eles não se repetiam mais nas vésperas, como disse, eu já sabia onde eu poderia errar e evitava-o", explicou o estudante.

Preparação em meio a pandemia

A pandemia da Covid-19 mudou completamente o ensino no país. Os alunos trocaram o convívio diário presencial pelo digitar no teclado e a fala nos microfones dos aparelhos digitais. A mudança forçada refletiu diretamente na preparação dos alunos para o Enem 2020, que bateu recorde de abstenção.

No caso de Luiz Pablo, ele sentiu bastante a mudança no modo de estudar e ainda tinha o fator da mãe, que estava trabalhando na linha de frente no combate à pandemia.

"Nessa pandemia, a ausência presencial dos professores, as vítimas da covid, minha mãe trabalhando em uma das UTI's-COVID do estado sem dúvida me deixaram bastante abalado, mas eu sou daqueles que quando vejo um problema que não está sobre meu controle, eu foco no que tenho controle e, sem dúvida, sei que isso me ajudou a vencer todas essas turbulências. Não poderia deixar de citar professores que especificamente com esse contexto, Cristiane Braga, Flávia Cacho, Janaína Gentil e João Paulo, os quais foram além de professores, amigos e muitas vezes meus pais nessa caminhada, graças ao empenho, amor e a dedicação deles, sem dúvida alguma, eu conseguir evoluir demais em comparação aos meus anos anteriores. Eles foram alguns dos muitos anjos que Deus colocou em minha vida esse ano", finalizou.

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