28/09/2017

Encontro aborda desafios dos anos finais do ensino fundamental

O debate sobre o que as escolas podem fazer para engajar e envolver os alunos nos anos finais do ensino fundamental é necessário. Com base nisso, o Ministério da Educação realiza, nestes dias 27 e 28, em Brasília, o Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental no Brasil. Durante as mesas e rodadas de discussão, serão abordadas as políticas públicas que podem suavizar a transição para o ensino médio e como os sistemas educacionais podem garantir uma aprendizagem equitativa.

Responsável pela abertura do seminário, na manhã desta quarta-feira, 27, o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, destacou a importância de se abrir espaço para se discutir os anos finais do ensino fundamental. “É preciso que o Brasil olhe com mais cuidado para o sexto ao nono ano se a gente pensa em uma educação básica melhor. Para melhorar o ensino médio, é necessário atuar também nessa etapa e esse seminário é um passo importante para a discussão e para encontrar os bons caminhos”, explicou Rossieli. “A partir do que for discutido aqui, a gente precisa fazer um planejamento estratégico com todos os atores importantes, especialmente, estados e municípios, para a construção de políticas próprias para essa etapa.”

De acordo com o censo escolar de 2016, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há no Brasil 2.121.200 alunos matriculados no ensino fundamental. Destes, 30% chegam ao nono ano com o aprendizado adequando em português e 14% com conhecimentos apropriados em matemática, o que, segundo Rossieli Soares, é um dado preocupante e que carece de estratégias para reverter esse quadro. “Melhoramos os indicadores na alfabetização, mas eles não têm se mostrado melhores nas outras etapas. O número de alunos que vai se perdendo é absurdamente grande”, completou.

O seminário é promovido pelo MEC em parceria com o Banco Mundial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Inspirare. Cerca de 150 pessoas de diversas áreas da educação devem participar do debate, entre secretários estaduais e municipais de educação, órgãos como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), coordenadores de ensino fundamental, fundações de apoio à qualidade do ensino, jornalistas e diversos especialistas em educação.

Para Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil, esse intercâmbio de experiências é importante para melhorar a qualidade da educação nos anos finais do ensino fundamental. “Estou segura de que vamos conversar e ouvir muitas experiências interessantes. Ter um encontro como esse é fundamental para avançarmos e encontrarmos soluções para uma educação mais contextualizada, que se adapte à criança, ao seu ciclo de vida e ao seu ritmo de aprendizado”, apontou.

A representante do Unicef destacou ainda o que acredita ser um fator cultural para o baixo desempenho de crianças e jovens no ensino fundamental. “Um dos desafios que temos é desnaturalizar o fracasso escolar, sair dessa cultura na qual a gente pensa que a evasão escolar, a repetência, a falta de aprendizagem, a não alfabetização, são elementos naturais, porque não são. Todas as crianças têm o direito de aprender e podem aprender”, reforçou.

Desafio – Na avaliação de Pedro Olinto, coordenador de Desenvolvimento Humano e Pobreza do Banco Mundial, o Brasil tem o desafio de aumentar a produtividade do trabalhador no país. “A educação é o principal fator que afeta essa produtividade. É importante que o ensino médio seja moderno e, para que ele funcione, você precisa ter o material mais importante, que são os alunos que vêm do ensino fundamental, tanto nos anos iniciais como nos anos finais”, analisou.

Para Olinto, o Brasil pode se inspirar em experiências internacionais bem-sucedidas na área de educação de países vizinhos, a começar por replicar as ações de municípios da fronteira. “A análise de eficiência mostra que, com os recursos de hoje, se os municípios pudessem emular os bons municípios da fronteira, poderíamos atingir 40% mais no Ideb. Eu acho que entender realmente a função de produção da educação, o que aumenta a eficiência, o que você pode fazer em termos de administração e gestão para melhorar a eficiência do recurso é fundamental”, finalizou o coordenador do Banco Mundial.

Assessoria de Comunicação Social - MEC (27.09.2017)

 

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