Empresas de financiamento estudantil não veem impacto negativo do "Fies Social"

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - As empresas de financiamento estudantil Pravaler e Fundação de Crédito Educativo (Fundacred) disseram não ver impactos negativos do novo "Fies Social" do governo federal, anunciado nesta sexta-feira.

O Ministério da Educação anunciou que o Fies Social poderá conceder 100% de financiamento a estudantes com renda familiar per capita de até meio salário-mínimo e inscritos no Cadastro Único a partir do segundo semestre de 2024, com previsão de beneficiar mais de 100 mil estudantes este ano.

De acordo com Nivio Delgado, presidente da Fundacred, que oferece crédito educativo para cobertura de até 75% da mensalidade, todos os incentivos à educação tendem a beneficiar os negócios da empresa.

"Em todas as oportunidades que o governo federal imprimiu maior ritmo na divulgação de que isso (financiamento) é uma possibilidade de acesso à educação... que instituições de ensino ficaram mais fortes, em todas essas oportunidades a Fundacred também cresceu", afirmou Delgado.

As empresas de educação pertencentes ao Ibovespa Cogna e Yduqs fecharam o pregão desta sexta-feira em alta de 2,11% e 2,52%, respectivamente, enquanto o índice encerrou com elevação de 0,72%.

"Não vejo que vai nos afetar no sentido negativo, porque a gente tem um tamanho possível dentro das instituições de ensino, um tamanho possível também dentro do bolso das famílias, e a gente não trabalha com crédito de 100%", disse, afirmando que a empresa poderia absorver parte da demanda daqueles que não se encaixam nos pré-requisitos para o Fies Social.

A Pravaler, também especializada em financiamento universitário, disse que não vai mudar sua estratégia de negócio, uma vez que os requisitos para o Fies Social são muito específicos e não compreendem todo seu público-alvo.

"O MEC foi muito assertivo com a nova versão do Fundo de Financiamento Estudantil", afirmou o diretor de operações da Pravaler, Beto Dantas. "Vemos o Fies como um aliado para impulsionar o ensino superior no Brasil."

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As empresas ressaltaram a amplitude do mercado nesse setor, observando que apenas 25% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior, conforme levantamento do MEC, o que sugere um espaço significativo para aquisição de novos clientes.

Segundo Delgado, da Fundacred, a medida do governo, na verdade, deve levar a um aumento na procura por crédito, o que tende a beneficiar a companhia de gestão de crédito educativo, que prevê crescimento de cerca de 30% este ano.

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