Em SP, 91 mil alunos da rede estadual não fizeram atividades letivas
Alunos terão a chance de realizar recuperação e avançar para a próxima série. Número representa 2,6% do total de estudantes das escolas estaduais de São Paulo
Por: Mariana Lima
Cerca de 91 mil alunos da rede estadual de São Paulo não acompanharam as aulas remotas ou não entregaram nenhuma das atividades letivas de 2020.
Contudo, para evitar a reprovação ou o abandono escolar dos alunos, ao longo do mês de janeiro eles terão a oportunidade de realizar as atividades por meio de uma recuperação presencial nas escolas do estado.
Por conta da suspensão das aulas presenciais, a Secretaria de Educação decidiu que em 2020 não haveria reprovação por baixo desempenho escolar, apenas nos casos em que o estudante não fez nenhuma atividade.
Se os 91 mil alunos – cerca de 2,6% das matrículas da rede – acompanharem as aulas neste mês, eles irão para a série seguinte e terão o aprendizado completo, dos dois anos, avaliado somente ao fim de 2021.
A maior parte dos estudantes da rede está sem frequentar a escola por mais de 9 meses. Além da falta de computador, acesso à internet e ambiente adequado para os estudos, a desmotivação também é um problema para conseguir engajar os alunos com as atividades.
Vale ressaltar que algumas cidades conseguiram que todos os seus estudantes fizessem a maior parte das atividades e, por isso, não terão nenhuma unidade para recuperação, como é o caso de São Carlos (SP).
De acordo com a secretaria, as aulas presenciais serão priorizadas para alunos dos 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio.
Essas são as séries consideradas mais críticas, já que são de encerramento dos ciclos de aprendizado. Também ocorrerão aulas online, mas destinadas para alunos dos grupos de risco para a Covid-19.
O período de recuperação terá 25 aulas semanais, que poderão ser realizadas em três turnos (diurno, vespertino e noturno), distribuídas em cinco aulas diárias.
As aulas nos anos iniciais do ensino fundamental terão 50 minutos, enquanto as aulas nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio terão duração de 45 minutos cada.
O estado de São Paulo incluirá as escolas na lista de serviços essenciais para que possam abrir mesmo na fase vermelha de contenção da pandemia.
O governador João Doria (PSDB) já anunciou que o ano letivo começará com aulas presenciais em todo o estado, independentemente da situação epidemiológica das regiões. O ano letivo de 2021 terá início em 1º de fevereiro na rede estadual paulista.
A secretaria de educação ainda defende que o retorno presencial seja obrigatório para alunos e professores, deixando apenas os grupos de risco com atividades remotas.
A decisão da obrigatoriedade, no entanto, ainda precisa de aprovação do Conselho Estadual de Educação.
Mesmo com as escolas abertas, os espaços só poderiam receber 100% dos estudantes se a região estiver na fase verde; 70% na fase amarela; e 35% na fase vermelha ou laranja. A prioridade é aplicar um esquema de rodízio entre os estudantes, com prioridade para os vulneráveis.
Buscando evitar a evasão, o governo estuda criar uma bolsa de estudos para alunos de baixa renda. O projeto estudado pretende conceder auxílio de R$ 80 para 700 mil alunos do ensino fundamental ao médio.
Fonte: Folha de S. Paulo