Política teaser

Em entrevista a Gabeira, Claudia Costin diz que ‘o processo de ensino precisa ser reinventado’

O colunista conduz série "Que Rio é Esse?" até 15 de novembro
Claudia Costin em entrevista a Fernando Gabeira: soluções para a educação passam por incentivar os alunos a desenvolverem pensamento crítico Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Claudia Costin em entrevista a Fernando Gabeira: soluções para a educação passam por incentivar os alunos a desenvolverem pensamento crítico Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Com experiência acadêmica, em organismos internacionais e na formulação de políticas públicas para a educação, Claudia Costin avalia que o modelo em que ‘professor escreve no quadro, e o aluno copia no caderno’ está superado e defende a participação da sociedade civil na ‘adoção’ de escolas no Rio. Segundo ela, no entanto, a revolução necessária passa distante da militarização do ensino, modelo que, segundo ela, não vai preparar os alunos para as necessidades de um mundo em constante transformação.

Claudia, na minha primeira entrevista desta série, o Arminio Fraga disse que era preciso arrumar a casa nas finanças para conseguir lidar com a crise econômica profunda. Na educação, o arrumar a casa passa por nos ajustarmos à pandemia de coronavírus, certo?

Tudo passa, inicialmente, por nos conscientizarmos dos impactos que a pandemia terá na educação — e eles não serão pequenos. Ao todo, foram 191 países pelo mundo com as escolas totalmente ou parcialmente fechadas. E dois terços delas já voltaram, inclusive na África, onde a estrutura é mais precária que a nossa. Nós optamos por manter as escolas fechadas muito tempo. Mais do que isso, não usamos o tempo que as crianças estavam fora da escola para fazer pequenas obras nelas, ou seja, deixá-las preparadas para uma volta mais segura. Pagaremos um preço enorme por isso. Um relatório recente do Banco Mundial mostra que haverá perdas de aprendizagem mesmo em países que investiram em conectividade na casa de alunos e professores. No caso brasileiro, essas perdas serão bem maiores, dada a desigualdade educacional que já existia no período pré-pandemia. E o Rio, infelizmente, não será uma exceção. Temos a situação das favelas, onde o acesso à internet é desafiador. Temos a MultiRio (empresa municipal de produção de conteúdo multimídia), que só começou a transmitir aulas pela TV em agosto, muito tempo depois de Manaus, por exemplo.

(Leia a íntegra da reportagem exclusiva para assinantes)