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Em ano eleitoral, SP promete 100 novas escolas de tempo integral em agosto

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o secretário de Educação, Rossieli Soares, durante anúncio de expansão do programa de ensino integral - Divulgação/Governo de São Paulo
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o secretário de Educação, Rossieli Soares, durante anúncio de expansão do programa de ensino integral Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

22/03/2022 13h29Atualizada em 22/03/2022 15h28

O governo de São Paulo prometeu, hoje (22), atingir a marca de 3.000 escolas em tempo integral até o início de 2023. Hoje, 2.050 unidades atuam nesse modelo. A ideia, segundo o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, é "virar" ao menos 100 escolas até agosto deste ano —dois meses antes das eleições. Ele destacou que a ação é inédita —tradicionalmente, a mudança acontece no início do ano letivo.

"Pode ser 100, pode ser 150 [escolas mudando para o tempo integral]. Se tivermos condições, se a escola quiser, a comunidade quiser, vamos virar escola no meio do ano, pela primeira vez, em ensino integral", disse Soares a um auditório lotado de supervisores, professores e alunos da rede estadual, no Palácio dos Bandeirantes.

Mais tarde, a jornalistas, ele destacou que as solicitações das escolas para ampliação do turno serão analisadas caso a caso (leia mais abaixo). Em nota oficial, o governo paulista informou que "o ingresso da escola no PEI [Programa de Ensino Integral] será definido a partir da análise técnica e da priorização das unidades maiores e mais vulneráveis".

Oficialmente, o processo de adesão para escolas interessadas começa nesta terça-feira (22). A expansão também acontece alinhada a uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação) —que prevê que cada estado tenha 25% das matrículas de alunos em escolas de tempo integral até 2024.

Hoje, segundo a Secretaria Estadual da Educação, 27% dos alunos da rede estão matriculados em unidades que seguem este modelo.

Em São Paulo, as escolas podem ter dois formatos de ensino integral:

  • De nove horas, em que os alunos ficam das 7h às 16h na sala de aula.
  • De sete horas diárias, em que as turmas podem ser divididas das 7h às 14h ou das 14h15 às 21h15.

"As escolas vão dizer 'eu quero', mas vamos dizer se precisamos de ampliação nas salas, por exemplo. Obviamente a prioridade é que toda criança precisa estar na escola", disse Rossieli. De acordo com ele, a contratação de novos professores também vai ser avaliada seguindo a necessidade de cada unidade.

Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que cerca de 14 mil crianças ficaram sem vagas na Prefeitura de São Paulo para o 1º ano do fundamental após a expansão do ensino integral no início deste ano. O tema tem sido um dos mais recorrentes na área educação no governo de João Doria (PSDB), que é pré-candidato à presidência da República e deve deixar o cargo atual em dez dias.

Do estado, mais críticas ao governo federal

Após Soares, Doria também fez um discurso. "Aumentamos o patamar que foi de 100 mil alunos [em escolas de tempo integral], quando assumimos o governo, para 1,2 milhão hoje, e aumentaremos para 1,5 milhão de estudantes com as três mil escolas. Essa é uma meta que os recursos já estão previstos em orçamento", disse.

Ele afirmou que é "filho da escola pública" e que chegou a estudar no período noturno. Uma das justificativas dos críticos da ampliação da carga horária é justamente a impossibilidade de alunos que trabalham estudarem no horário comercial.

Como já fez em outras ocasiões, o tucano criticou o governo federal —e a equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL), que também deve concorrer à eleição presidencial. "Aqui não é terra da cloroquina, é terra da vacina", repetiu Doria.