Por Profissão Repórter


Em 2021, Brasil registrou mais de 45 mil casos de estupro contra crianças e adolescentes

Em 2021, Brasil registrou mais de 45 mil casos de estupro contra crianças e adolescentes

No ano passado, no Brasil, foram registrados 47 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes - 45 mil estupros, quase 2 mil casos de pornografia infanto-juvenil e mais de 700 denúncias de exploração sexual.

Para mostrar a realidade dessas vítimas e de quem luta para ajudá-las, o Profissão Repórter foi a casas de acolhimento. Em uma delas, em Tarauacá, no Acre, onde 15 menores residiam no momento, conheceu casos como o de uma jovem de 15 anos, que está no local pela segunda vez.

Aos 13 anos, ela foi tirada da casa do pai porque ele engravidou a irmã mais nova e foi para o abrigo. Depois, ao ser encaminhada para a casa da mãe pela Justiça, voltou a sofrer maus-tratos e também violência sexual do padrasto.

"Ela me espancava de tábua, corda, fio. Eu não aguentava. Eu era muito aquela pessoa: qualquer coisa eu queria bater, eu queria espancar; mas era porque era aquilo que eu estava vivenciando. Eu voltei a ter vontade de estudar quando voltei para o abrigo, as assistentes começaram a cuidar de mim muito bem. Eu quero ser uma pessoa diferente, quero mudar a história da minha família. Eu já sou diferente", afirma ela.

Os abrigos como o que a adolescente está são casas de passagem, onde as vítimas costumam ficar cerca de seis meses enquanto a Justiça decide se podem voltar para casa ou vão para a casa de parentes ou ainda se vão ser encaminhados para a adoção.

Assim que chega ao local, a criança ou adolescente começa um acompanhamento médico e odontológico. Quem não estava matriculado na escola, passa a estudar. A psicóloga do Abrigo Renascer falou dos desafios enfrentados no local.

"Quem eles mais amam, que deu a vida e colocou eles no mundo, acabou deixando eles sofrerem. Eu acho que o meu grande desafio como psicóloga é trazer isso para elas, que a vida delas não acabou e que ela não é aquilo: vítima de violência sexual. Não. Ela tem um nome, tem uma família, tem uma origem, e toda uma história para ser construída e vivida", fala Bruna Pessoa.

Assista ao programa completo abaixo:

Edição de 20/09/2022 - Violência sexual contra crianças e adolescentes

Edição de 20/09/2022 - Violência sexual contra crianças e adolescentes

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!