Por Maria Romero e Catarina Costa, G1 PI


Ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o ministro da educação, Milton Ribeiro — Foto: Catarina Costa/G1 PI

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, realizou neste sábado (14) a primeira visita ao Piauí após assumir o ministério no governo do presidente Jair Bolsonaro. Ele estava acompanhado do ministro da educação, Milton Ribeiro, e os dois tiveram um encontro com prefeitos piauienses.

O encontro teve aglomeração logo na chegada dos ministros e os dois falaram rapidamente à imprensa na chegada à Associação Piauiense de Prefeitos Municipais (APPM), em Teresina. Uma coletiva de imprensa, que aconteceria ao fim do evento, foi cancelada.

Além de Ciro e do ministro Milton Ribeiro, e o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte também teve presente.

Ministro Ciro Nogueira em visita ao Piauí — Foto: Catarina Costa/G1 PI

Os três cumpriram agenda em Teresina (PI) para dar continuidade ao projeto de atendimento itinerante às prefeituras. A ação visa esclarecer dúvidas sobre os programas, políticas públicas e prestação de contas dos municípios.

"Viemos anunciar ações de investimento no estado, em nossa infraestrutura, hoje toda a assessoria do ministro da educação. Agradeço esse gesto de estar na nossa primeira visita, todos os técnicos do ministro da educação estão aqui. Piauí tem muito o quefazer, mas só iremos transformar nosso estado com educação, a presença do ministro demonstra o que nós queremos pro nosso estado", declarou Ciro.

Isenção no Enem

Ministro da educação, Milton Ribeiro, em visita ao Piauí — Foto: Catarina Costa/G1 PI

"No Enem tivemos mais de 54% de isenção este ano, o que aconteceu foi que muitos se inscreveram de graça e na hora e não foram. Na hora que eles foram se inscrever de novo, sem justificativa, eu disse que não. Eu tenho que respeitar o meu imposto, o seu imposto, dinheiro público", disse.

Diante da situação, entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Educafro, afirmaram que o edital do Enem foi "discriminatório", porque inviabilizou a inscrição justamente dos alunos mais pobres, dificultando o acesso deles ao ensino superior.

Entidades estudantis e partidos políticos entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), para que seja reaberto o processo de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 a candidatos que reivindicam a isenção da taxa.

"Mais técnicos e menos graduados"

Ministro da educação explica polêmica sobre universidade para poucos

Ministro da educação explica polêmica sobre universidade para poucos

O ministro da educação, Milton Ribeiro, voltou a comentar a afirmação de que "a universidade é para poucos" e disse que não quer impedir "o filho do porteiro [de] ter ensino superior". Em abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), de empréstimos para pagamento de mensalidades, era um "desastre" e que o filho do porteiro dele obteve o crédito mesmo com nota zero nas provas.

"Falei [que a universidade é para poucos] dentro de um contexto, comparativamente à escola técnica, acho que o grande segredo do Brasil não são as universidades, mas as escolas técnicas, precisamos de mais técnicos e menos graduados", disse.

Milton Ribeiro disse que pretende "elevar os créditos obtidos no ensino técnico", mas sem dar mais detalhes. Segundo ele, grandes países do mundo investiram em cursos profissionalizantes que garantiram emprego à população, como técnicos em informática, eletricistas e hidráulicos.

"Estamos estudando elevar esses créditos obtidos no ensino técnico. Grandes países do mundo focaram não na universidade, mas no ensino profissionalizante. Quero que os senhores prefeitos me ajudem, não quero barrar o acesso, como disseram, do filho do porteiro ter ensino superior. Meu pai tinha apenas o ensino primário, eu nunca faria isso, não é da minha índole, então, o que quero é trazer condição para que os nossos jovens possam sair não com o diploma para pendurar na parede, mas com um emprego. Essa semana recebi ligação de um amigo, presidente de um dos maiores sindicatos de patrões de São Paulo, e ele disse: sabe do que a gente precisa? Precisamos de técnicos em edificações, um eletricista, não um curioso, mas um técnico em hidráulica e informática, é essa demanda do mercado hoje, um engenheiro cuida de um prédio, mas precisamos de uns 20 ou 30 eletricistas para uma grande obra", declarou.

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