Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!

Oferecido por

Por Jornal Nacional


Projeto de lei que proíbe celulares nas escolas do estado de São Paulo depende da sanção do governador Tarcísio de Freitas
Assista ao próximo
Assista também
Título:
Subtítulo:
00:00/00:00

Projeto de lei que proíbe celulares nas escolas do estado de São Paulo depende da sanção do governador Tarcísio de Freitas

A proibição de celulares nas escolados do estado de São Paulo, aprovada na terça-feira (12) pela Assembleia Legislativa, depende agora do governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

Mãos livres para brincar, segurar o lápis e o caderno. Nada de celular em uma escola particular de São Paulo.

"Eu não uso ele na escola, porque sei que não pode e ele pode atrapalhar meu horário de aula e tudo mais”, diz a estudante Clara Salomão, de 9 anos.

A escola proíbe que os alunos até o quinto ano do ensino fundamental usem o celular dentro e fora da sala de aula. A regra começou a valer na volta das últimas férias de julho e tem funcionado.

“Nós mostramos para eles, com dados, que isso estava atrapalhando, não só no desempenho acadêmico, mas no convívio entre eles. Houve uma melhora visível, e eles percebem. Minha grande luta é para que eles percebam”, afirma Claudia Tricate, diretora da escola.

Em São Paulo, o tema agora ganhou espaço na lei. A Assembleia Legislativa aprovou o projeto na terça-feira (12), em votação simbólica. O texto proíbe o uso de qualquer aparelho eletrônico com acesso à internet – como celulares, tablets e relógios – durante as aulas e também nos intervalos. A regra vale para as redes pública e particular de São Paulo. Quem levar um aparelho para a escola vai ter que deixá-lo guardado de forma segura, sem a possibilidade de acesso. Cada escola vai decidir como fazer isso e deverá criar canais de comunicação com os pais e responsáveis. As exceções são:

  • quando houver necessidade pedagógica;
  • para alunos com deficiência que precisam da ajuda da tecnologia.

O projeto é de autoria da deputada estadual Marina Helou, da Rede.

“Os professores e diretores das escolas nos pediam o projeto de lei, porque falavam que precisavam desse respaldo para garantir que nossas crianças e adolescentes também tivessem um período livre dos celulares para o seu desenvolvimento”, diz Marina Helou.

O professor da Faculdade de Educação da USP Daniel Cara diz que, na opinião dele, celular e escola não combinam, e que a lei precisa ser reforçada com diálogo.

“Neste momento é consenso global, o mundo todo trata desse tema. Meu receio é que, no início, essa lei tenha uma funcionalidade, mas depois se perca. A melhor opção em termos pedagógicos sempre vai ser o acordo e o diálogo. Digo isso porque o diálogo e o acordo geram engajamento positivo e também uma cultura de responsabilidade, fundamental para os estudantes darem sequência à vida”, diz Daniel Cara.

Educadores repercutem proibição de celulares em escolas públicas e particulares de SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Em todo o país, já existem leis estaduais e municipais sobre o uso de celulares em sala de aula, como no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados já aprovou um projeto nacional na mesma direção. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça.

Denis Mizne, especialista em educação da Fundação Lemann, diz que a tecnologia pode ser uma aliada da educação, se usada de forma adequada.

“A gente não tem que demonizar a tecnologia. Ela pode trazer muitos benefícios para a educação se for bem utilizada, se for direcionada a partir do pedagógico. Então, aqui não é uma questão da tecnologia, mas de um uso indiscriminado do celular por crianças e adolescentes dentro do ambiente escolar. Acho que esse é um debate que talvez não precisasse da lei, mas a lei está ajudando a abrir conversas importantes”, afirma Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.

LEIA TAMBÉM

Veja também

Mais do G1