publicado dia 10/04/2017

Educadores lançam manifesto de apoio a Alexandre Schneider no debate do Escola Sem Partido

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Centenas de educadores brasileiros lançaram um manifesto no Facebook em defesa do secretário da educação de São Paulo, Alexandre Schneider (PSDB), que pediu demissão na última sexta-feira (7/4), mas foi, por hora, demovido da ideia pelo prefeito João Dória (PSDB). Com a #ApoioAlexandreSchneider, educadores condenam a atitude do vereador Fernando Holiday (DEM), que iniciou espécie de cruzada nas escolas públicas da cidade contra o que ele chama de  doutrinação ideológica por parte dos professores.

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A temática da doutrinação é a justificativa para o projeto Escola sem Partido, proposta que prega uma suposta neutralidade de discurso do professor, coibindo docentes a não manifestarem politicamente.  O movimentonasceu em 2003, a partir de uma inciativa do procurador do estado de São Paulo, Miguel Nagib e ganhou forças, a partir de 2014, com Flávio Bolsonaro (PSC) na Assembleia  Estadual do Rio de Janeiro e com o Movimento Brasil  Livre (MBL).

“Reafirmamos nossa convicção de que a educação deve considerar o pluralismo político, de ideais e de concepções pedagógicas para a construção da cidadania, tal como prevê a Constituição Brasileira. É nosso dever promover a carreira docente e desenvolver uma Base Nacional Comum Curricular pertinente aos tempos atuais, que, conforme diretriz do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), promova “a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação”, escreveram os educadores  signatários do manifesto.

Holiday, que também faz parte do MBL,  apareceu “de surpresa” em escolas da cidade, alegando que estaria vistoriando a infraestrutura das unidades e a conduta dos docentes em suas atividades. Schneider se manifestou contrariamente às visitas, indicando que o vereador exacerbou as suas funções e intimidou os professores em exercício. Dória não havia se manifestado diretamente em defesa do secretário, afirmou, à Folha de SP que “não era para ser assim. Houve um estresse de lado a lado”, mas que considera o caso superado.

Mesmo frente aos dados, Holiday enuncia com frequência que as pautas de enfrentamento ao racismo, machismo e homofobia no país são desnecessárias e associa as agendas a uma proposta de transformar o país em comunista.

A iniciativa parte do Escola sem Partido chegou a ser aprovada como lei estadual em Alagoas, mas foi barrada pelo governador Renan Filho (PMDB) e avaliada como inconstitucional, em março deste ano, pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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