Educação na Copa: professores inspiradores de América do Sul, Central e do Norte - PORVIR
Ronaldo Abreu / Porvir

Inovações em Educação

Educação na Copa: professores inspiradores de América do Sul, Central e do Norte

Confira a seleção de professores da América do Sul, Central e do Norte

por Redação ilustração relógio 24 de novembro de 2022

Argentina

A professora de ensino fundamental Ana Maria Stelman, de La Plata, Argentina, cresceu com o cheiro de tinta da gráfica de seus avós. Foi ali que aprendeu a amar e cuidar dos livros. Suas aulas são marcadas por inovação e criatividade para mostrar aos estudantes as maravilhas do mundo.

Ela já promoveu uma videochamada entre um de seus alunos e seu pai, que estava passando o inverno em uma base na Antártida argentina. Com o Google Maps e uma seleção de fotos, ela conecta seus alunos a outra escola na província de Jujuy, Argentina, a 1.677 km de La Plata. Juntos, eles trocam experiências sobre recursos e paisagens locais. Em projetos de redação e pesquisa, ela trabalhou com um membro do corpo docente de veterinária para mostrar a seus alunos como os cavalos fazem parte do meio ambiente e como seu esterco, aliado a minhocas e outros elementos, contribui tanto para o meio ambiente quanto para a economia.

Ana Maria usa ferramentas digitais adaptadas para crianças com diferentes habilidades, incentiva escolas locais a participarem de eleições para demonstrar como funcionam as leis, realiza oficinas e cursos de educação ambiental e astronomia. Já levou seus alunos a participarem de feiras de geografia e ciências, além de ministrar oficinas de formação para outros educadores e se apresentar na TV e no rádio para mostrar seus diversos projetos escolares.

Fonte: Global Teacher Prize

Brasil

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir

O professor Greiton Toledo, de Senador Canedo (GO) é um entusiasta da matemática. Para trabalhar com o tema, ele uniu a área com tecnologia, criando o Mattics, uma ferramenta gamificada feita para que os alunos pudessem realizar atividades no contraturno. Fundada em 2015, a plataforma reúne dezenas de profissionais de saúde, computação e educação.

Com essas três áreas juntas, os estudantes passaram a desenvolver jogos e levá-los a hospitais para ajudar pacientes idosos com doença de Parkinson.

Além de trabalhar com pensamento computacional, Greiton também estimula que seus estudantes participem de olimpíadas de matemática. Em 2021, ele figurou entre os 50 melhores professores do mundo na lista do Global Teacher Prize, considerado o Nobel da Educação.

Fonte: Porvir

Costa Rica

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir

O educador trabalha há 30 anos em áreas indígenas e escolas multisseriadas. Saúl também se destaca como diretor e hoje atua como gestor regional de ensino. Ao receber uma premiação do governo da Costa Rica, em 2019, o professor afirmou que sua principal conquista é encontrar alunos que lhe digam que aprenderam a ler e a escrever graças ao seu trabalho.

Entre suas estratégias de sucesso, estão festivais de ortografia, além da realização de oficinas de violão e xadrez para desenvolver as habilidades artísticas e lógicas dos alunos.

“É um professor da zona rural que atravessa rios, cavalga ou caminha por trilhas lamacentas para conseguir ensinar seus alunos, com a convicção de que o acesso à educação é um direito de todas as crianças e adolescentes do país”, disse o vice-presidente do país na ocasião.

Fonte: Observador

Equador

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir

José Diego desde a adolescência contribui para a educação de crianças no mundo digital. Aos 12 anos, ajudava crianças durante suas férias escolares. Quando começou o curso superior em ciência da computação, passou a integrar o corpo docente de uma escola onde era estagiário. 

Muitos estudantes enfrentavam dificuldades em razão de alta vulnerabilidade social, violência familiar, analfabetismo e drogas. No ano 2000, José deu início ao primeiro projeto que explora as possibilidades da tecnologia: ele fez a automatização de processos administrativos da escola, como registro de notas, emissão de relatórios, frequência, controle de disciplina e manutenção preventiva. O sucesso da iniciativa foi seguido por outra que permitiu o desenvolvimento de um software que seria utilizado para reforço em disciplinas nas quais alunos tinham mais dificuldade. 

José foi pioneiro no uso de métodos de ensino não tradicionais, como o trabalho em equipe, para desenvolver a empatia, buscando o acordo por meio do diálogo e respeito às opiniões de colegas. Motivado por preocupações de sustentabilidade e conservação, José também criou um projeto de reparo de equipamentos de informática quebrados e reduziu o volume de lixo eletrônico no meio ambiente. Ao final do processo, os computadores eram doados a comunidades rurais. 

Fonte: Global Teacher Prize

Canadá

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir


Maggie McDonnell passou cinco anos trabalhando na África Subsaariana em ações de prevenção à AIDS logo após conseguir o diploma de bacharelado. Quando voltou ao Canadá, obteve o título de mestrado e descobriu que o país começara a debater abusos cometidos contra povos indígenas, incluindo a exploração predatória do meio ambiente e a grande desigualdade socioeconômica. Diante desse cenário, aproveitou a oportunidade para começar a lecionar para comunidades indígenas e tornou-se professora de uma cidade da província de Quebec com 1.300 habitantes da população, chamada Salluit, localizada no Ártico canadense, que é acessível somente por transporte aéreo e convive com temperaturas de -25º C no inverno.

Tais condições fazem com que muitos professores peçam transferência no meio do ano letivo (muitos atribuem ao estresse) e o desenvolvimento da educação no Ártico acaba prejudicado. Na região Inuit de Nunavik, a gravidez de adolescentes e os casos de abuso sexual são comuns e tarefas domésticas sobrecarregam as mulheres. 

Para mudar essa situação, Maggie criou um curso de habilidades para a vida, destinado a meninas, que resultou 500% de aumento em programas que antes eram dominado por meninos. Ela também levantou US$ 30 mil para o preparo de refeições quentes para a comunidade e mais US$ 20 mil para um programa interno em que estudantes preparam pratos saudáveis para seus colegas. A estratégia de Maggie tem sido transformar alunos de “problema” em “solução” por meio de iniciativas chamadas de “atos de gentileza” que os envolveram em atividades de seu interesse. Isso acabou aumentando muito a frequência escolar. 

Fonte: Porvir

Estados Unidos

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir

Vencedor do prêmio de educador do ano de 2022 pela National Education Association, o maior sindicato de educadores do país, Kurt Russell tem 25 anos de experiência em sala de aula e ensina história na Oberlin High School, em Oberlin, Ohio, onde nasceu e foi criado. 

Suas aulas incluem história afro-americana, tema que ministra desde o final dos anos 1990, e “Raça, Gênero e Opressão”, uma disciplina que ele mesmo tirou do papel. Para Kurt, a educação precisa refletir melhor as identidades e as origens dos estudantes, além de contar com maior diversidade no corpo docente.

Fonte: National Teacher of The Year 2022

México

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir

Diana Lorena Rubio é professora de Tecnologia do Centro de Bacharelado em Tecnologia Industrial e Serviços em Corregidora, Querétaro, México. Venceu o ‘Prêmio Professor Extraordinário: Prêmio Nacional do Professor México’, promovido pela organização Movimiento STEM. Ela começou a lecionar biologia em 2011 e, desde o início, focou em incentivar seus estudantes na descoberta das habilidades para o século 21. 

Uma de suas grandes paixões é incentivar meninas e mulheres a investir na carreira de STEM. Ela criou um clube com essa temática no qual os jovens observam de perto como trabalhar a resolução de problemas. Com metodologias ativas, ela desenvolve junto aos estudantes práticas que analisam, investigam e criam projetos e protótipos baseados em STEM com foco em resolver problemas

Ao refletir sobre inclusão, Diana quer ver um número cada vez maior de meninas cursando STEM na graduação e virando empreendedoras e profissionais de áreas científicas. No colégio onde atua, houve um crescimento no desempenho acadêmico e uma queda na taxa de evasão. Os alunos também se destacam em feiras de ciências nacionais e internacionais, enquanto Diana Lorena Rubio faz palestras em todo o país, é convidada para conferências e colabora com a Secretaria de Educação Pública de Querétaro na formação de professores.

Fonte: Global Teacher Prize 

Uruguay

Crédito: Ronaldo Abreu/Porvir

Durante a pandemia de Covid-19, a professora uruguaia Márcia Hernandez reconheceu que precisava de uma nova forma de manter laços com seus estudantes, já que as aulas virtuais não vinham sendo suficientes para isso. Foi então que ela teve uma ideia um tanto quanto retroativa: por que não dar aulas via ondas eletromagnéticas radiofônicas, conhecidas também como rádio?

Nascia assim a Rádio Alegría. Os alunos da escola Serafín José García, em Vergara, puderam escutar a professora em computadores ou smartphones, e assim foram dominando o uso de diversas ferramentas tecnológicas, bem como uma nova forma de aprender. Nove em cada dez alunos de Marcia ouviram suas aulas todos os dias.

Com o tempo, as famílias começaram a participar das aulas de rádio, e as crianças tiveram a oportunidade de criar seu próprio conteúdo de rádio.

Com o sucesso, o projeto se espalhou pela escola. Agora, outros professores ministram aulas pelo rádio, o que é benéfico especialmente aos alunos que não têm acesso a computadores e não podem assistir às aulas por meio de plataformas de videoconferência. Mesmo os alunos que têm acesso a um computador agora dizem que preferem aprender pelo rádio.

Fonte: Global Teacher Prize

Confira professores de todos os 32 países


TAGS

ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, Série Copa da Educação

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