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Opinião

Educação avança, mas de forma insatisfatória

Há uma evolução em curso, porém sua velocidade ainda não atende às exigências do desenvolvimento

Há uma agenda pesada na economia para o próximo presidente da República, mas não só. Como haver crescimento sustentado, sem distorções, é essencial para tudo funcionar de maneira equilibrada, com demandas da população sendo atendidas sem maiores disparidades, dificuldades na economia se refletem em todos os setores. Não que a abundância de recursos resolva tudo. Se não houver competência administrativa, não se irá longe. Mas, por óbvio, capacidade de investir é essencial.

A necessidade de equilíbrio entre recursos e gestão está presente na Educação, um flanco vulnerável do Brasil. É reconhecido que o país avançou e, em alguma medida, está indo em frente. Mas ainda não é suficiente para se ter uma mão de obra com qualificação à altura das exigências de uma economia desenvolvida. Nos governos tucanos e petistas, de FH e Lula, foi alcançada a universalização nas matriculas das crianças, criaram-se exames e testes para o monitoramento constante da evolução da qualidade e eficácia do ensino. Assim como foram feitas reformas importantes no campo fiscal, para o reordenamento de recursos públicos, por meio do Fundef (ensino fundamental), ampliado para o Fundeb (básico), com o objetivo de redistribuir o dinheiro dentro da Federação, dos entes federativos mais ricos para os mais pobres.

As ferramentas de acompanhamento de alunos/escolas permitiram o estabelecimento de metas, e não há mais voo cego na definição e aplicação de políticas educacionais.

Os gráficos abaixo indicam o quanto se evoluiu e expõem as dificuldades que aguardam o próximo presidente, a nova safra de governadores e o Congresso que assume em fevereiro. Preocupa que a velocidade da melhoria do ensino brasileiro público básico — fundamental e médio — não consiga atingir objetivos preestabelecidos.

Está pactuado entre governo e organizações da sociedade civil que, em 2021, o ensino básico terá de atingir a média 6 no Ideb (índice do ensino básico), equivalente à situação atual dos países ricos congregados na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Ocorre que, em 2015, a nota de avaliação foi de 4,2, abaixo dos 4,5 da meta. E em 2017, ano do cálculo do último indicador, chegou-se a 4,4, contra 4,7. Por óbvio, é imperioso um esforço na Federação, coordenado pela União, para acelerar a velocidade do aprendizado.

Como está explícito nos gráficos, os alunos, na primeira parte do fundamental, até ultrapassam os objetivos. Mas, à medida que avançam, surgem dificuldades, e as metas deixam de ser alcançadas. O panorama é o mesmo no ensino médio, em que se concentra o maior problema do ciclo básico.

Há reformas-chave em andamento: do ensino médio e do currículo único. São essenciais para reduzir a elevada evasão escolar de jovens, que vão ao mercado de trabalho sem a devida qualificação. Assim, travam o crescimento da baixa produtividade da economia. Este é um nó estratégico a ser cortado.