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Educação 360 Jovem: estudantes e educadores formulam documento sobre protagonismo juvenil

Institutos Inspirare e Unibanco e o Movimento Todos Pela Educação apresentam o 'Juventudes pela Educação'
O último painel do evento: participantes lançaram o documento 'Juventudes pela Educação' Foto: Eduardo Uzal / Agência O Globo
O último painel do evento: participantes lançaram o documento 'Juventudes pela Educação' Foto: Eduardo Uzal / Agência O Globo

RIO - Os institutos Inspirare e Unibanco e o Movimento Todos Pela Educação lançaram nesta segunda-feira um documento com propostas para fortalecer a participação da juventude brasileira em prol da melhoria da educação. A divulgação do Juventudes pela Educação foi feita durante o evento Educação 360 Jovem , realizado pelos jornais O Globo e Extra, com patrocínio master de Sesi, patrocínio de Fundação Telefônica e colégio pH, e apoio de TV Globo, Futura, Unesco, Unicef, Instituto Inspirare, Uber e Companhia das Letras. O evento é realizado nesta segunda-feira, no Museu do Amanhã, Centro do Rio e o documento pode ser encontrado neste site .

— O Juventudes pela Educação é um documento que se propõe a abrir uma conversa com os jovens. Essa iniciativa começou através do movimento Todos Pela Educação – afirmou Anna Penido, gestora do Instituto Inspirare.

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Estudantes querem ser livres dentro da escola

No documento, há guias de como, por exemplo, montar um grêmio escolar. As práticas foram discutidas com mais de 60 jovens em encontros que se estenderam por dois meses.

— A gente não tem como melhorar se não tiver participação dos jovens. Um dos princípios da cartilha é a ajuda intergeracional. A parceira entre estudantes e professores é fundamental — afirmou Carolina Fernandes, representante do Todos pela Educação.

'Vejo as propostas e me reconheço', diz estudante

O lançamento no Educação 360 Jovem também contou com a presença de três estudantes que participaram da construção do documento. Thaiane de Souza, de 19 anos, lembra que ficou impressionada por nunca ter sido interrompida por nenhum adulto durante as reuniões dos grupos de trabalho.

— Agora eu vejo as propostas do documento e me reconheço. Vejo que contribuí. A juventude está disposta a discutir educação, e o documento vai ensinar como lutar com participação ativa — diz Thaiane.

Aniely Silva, de 20 anos, também fez parte da criação da cartilha. Ela conta que um dos principios mais importantes do documento é o de “reconhecimento das singularidades e inclusão das diversas juventudes”.

— Foi um alívio encontrar pessoas que querem a mesma coisa que você. Foi mágico reunir gente que queria e tinha o mesmo propósito. Participei de três encontros e falávamos sobre o que queríamos e sobre como implantar as ideias dentro da nossa realidade. Havia muitos alunos de escola pública que mostravam sua realidade. Os problemas eram parecidos nas diferentes escolas — afirma Aniely.

Representatividade importa

Para ela, a questão da representatividade é especialmente importante para manter o aluno na escola. A jovem acredita que o estudante tem que se reconhecer no ambiente de aprendizagem.

— Se os jovens não se virem representados, não vão querer ficar na escola. O jovem quer entender quem ele é para lutar — conta.

Já Vinícius de Andrade, do projeto Salvaguarda, de Ribeirão Preto, defende a conexão com a vida real como um norte para a escola. E este também é um norte para o documento.

— Isso que dá sentido para a escola. A educação, no mercado de trabalho, é uma ferramenta para melhores empregos e salários — afirma Vinícius.

Anna Penido, do Inspirare, lembra que a participação dentro da escola é a primeira da vida cidadã. Depois disso, ela está preparada para atuar em outras esferas da vida pública.

— E a participação melhora a qualidade da própria escola. Às vezes um colégio com problemas não precisa de aulas de reforço, precisa apenas fazer com que os alunos se interessem mais pela escola — conta.

Rodas de conversa fogem do modelo tradicional

Aniely também lembra que a cartilha tem sugestões de formas diferentes de ensino. Uma delas, por exemplo, são as rodas de conversas, que fogem dos modelos tradicionais de ensino com um professor regente e alunos passivos.

— Esse material é ótimo para que os professores pensem suas práticas e também para aqueles que estão se formando cheguem à escola com novos métodos – explica Aniely, que agora faz licenciatura em Ciências Sociais e logo será a professora.

Carolina Fernandes, do Movimento Todos pela Educação, afirmou que o trabalho agora é fazer com o documento circule o máximo possível. A ideia é levar para os governos federal, estaduais e municipais numa tentativa de distribuição aos professores das redes e também aos movimentos e instituições que trabalham com a juventude:

— Ele precisa chegar à ponta, às escolas, para que elas se transformem.