Conteúdo de Marca

Brasil

Educação 360 debate a educação contemporânea

Leonardo da Vinci inspira discussões no Museu do Amanhã
Conteúdo de responsabilidade do anunciante
Evento debateu as mudanças na educação Foto: Alex Ferro
Evento debateu as mudanças na educação Foto: Alex Ferro

As lições deixadas pelo gênio renascentista, Leonardo da Vinci, e que inspiraram a educação contemporânea foram tema de debates no Educação 360 STEAM, no Museu do Amanhã dia 27 de agosto, no Rio. O Físico, professor e um dos mais importantes escritores de ciência, o alemão Stefan Klein compartilhou suas reflexões sobre Da Vinci e fez um paralelo entre o contexto de profundas transformações no qual o gênio desenvolveu seus trabalhos e os dias de hoje na abertura do evento.

O olhar aguçado e detalhista do pintor de “Monalisa” foi fundamental, por exemplo, para seus projetos de engenharia hidráulica impecáveis e sua enorme contribuição para a anatomia.

— O contexto de Leonardo era um mundo de inquietude e mudança. Naquela época, foi inventada a impressão, trazendo muitas mudanças, enquanto, com a descoberta da América, o mundo passou a ter uma economia globalizada pela primeira vez. Será que, no futuro, os historiadores vão chamar a era atual de contemporânea? — refletiu.

Os artistas Vik Muniz e Max Frieder falaram sobre como a arte e a educação são ferramentas poderosas de transformação social. Muniz falou da sua experiência na Escola Vidigal e da trajetória de descobertas por meio da arte e da percepção visual, enquanto Frieder destacou o impacto que a organização internacional Artolution promove nas regiões de conflito. A Escola Vidigal é um polo de criatividade e intervenção social que une ciência, arte e novas formas de aprendizagem para alfabetizar crianças de 4 a 7 anos. Já a Artolution é uma organização internacional que leva a arte para locais marginalizados ou que sofrem com conflitos armados.

A revolução da École 42

São Paulo é o novo endereço para os “tripulantes”, como os alunos são chamados, da École 42. Ela é uma escola de programação diferente. Fica aberta 24 horas e não tem sala de aula, professor, material didático ou provas. Em vez disso, usa um formato baseado em gamificação: quem deseja aprender ali embarca em uma viagem, com 21 níveis, alcançados a partir da realização de projetos que resolvem desafios reais e trazem soluções para demandas da sociedade.

Criada em 2013 com o objetivo de ajudar a reduzir a escassez de programadores no mercado, a 42 é hoje uma referência internacional para empresas e profissionais de informática. E tem a proposta de ser a maior rede mundial de formação de “human coders”. Em seis anos, já treinou milhares de profissionais. Até 2020, pretende ter mais de 20 campi espalhados pelo mundo.

Ensino híbrido mescla conteúdos on e off-line

Novas formas de pensar a educação, envolvendo estratégias que enriquecem e transformam os processos pedagógicos e ensino híbrido foi a linha do debate de um grupo plural de pensadores — Lúcia Dellagnelo, diretora presidente do Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB); Nelson Pretto, professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia; Lilian Bacich, co-fundadora da Tríade educacional, e Anderson Almeida, Professor de matemática do Colégio pH — que discutiu os novos caminhos do ensino no país.

Lúcia Dellagnelo contou que na Universidade de Stanford, nos EUA, acontecem cursos onde as salas são completamente desmontadas.  Anderson Almeida contou porque o Colégio pH é pioneiro na aplicação de aulas transformadas pela conectividade, solucionando e facilitando o processo ensino-aprendizagem.

— Abrimos espaço para metodologias ativas como gamificação e cultura maker, implementando uma educação focada nas habilidades do século XXI — explicou.

A hora e a vez da Internet das Coisas

O jornalista e professor Caio Tulio Costa e o consultor e mestre em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação Marcus Garcia enfatizaram que a tecnologia pode reduzir a desigualdade educacional. Na visão dos especialistas, o avanço do acesso à internet solucionará a falta de ferramentas básicas e a desigualdade entre as instituições de ensino públicas e privadas.

Uma vez estabelecidas as ferramentas tecnológicas, as escolas brasileiras estarão prontas para a Internet das Coisas (IoT) e seus muitos benefícios: maior rapidez no aprendizado; processo educacional personalizado; forte incentivo ao trabalho colaborativo; controle eficaz dos dispositivos ligados à rede IoT; automatização de tarefas mecânicas; interação mais eficaz com os pais; mais controle dos processos internos; e maior segurança institucional.

Primeira mulher reitora da UFRJ em 100 anos

A professora Denise Pires de Carvalho é a primeira mulher a estar à frente da maior universidade federal do Brasil, a UFRJ, em um século. Entretanto, essa demora das mulheres para chegar aos cargos de liderança no meio acadêmico não reflete a participação feminina nos quadros de estudantes, de docentes nem de pesquisadores.

— As mulheres chegam às coordenações de ensino, mas ainda têm dificuldade para serem diretoras das unidades. Também não chegam ao pódio na hora de palestrar. Ficam de fora das atividades de destaque, até mesmo como integrantes das academias — ressaltou a acadêmica.

O Educação 360 STEAM (sigla que, em inglês, une as palavras Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) aborda justamente formas de integrar essas cinco áreas ao ensino. O evento é uma realização dos jornais O GLOBO e Extra, com patrocínio do Colégio pH e da Fundação Telefônica Vivo, e o apoio institucional da Revista Galileu, do site Techtudo, da TV Globo, do Canal Futura, da Unicef e da Unesco.