Educação
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Por Evelin Azevedo

Uma plataforma que oferece milhares de livros digitalizados. Outra que disponibiliza conteúdo didático online para escolas. Há ainda aquela que corrige redações de estudantes pela internet. Esses são apenas alguns exemplos de serviços e produtos oferecidos por edtechs, as startups focadas no setor de ensino.

Existem hoje 566 edtechs no Brasil, segundo o Mapeamento Edtech 2020, um levantamento feito pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), em parceria com a Abstartups. Entre 2019 e o ano seguinte, houve um aumento de 26,1% no número de empresas desse tipo.

No mapeamento, as edtechs aparecem divididas em 21 categorias, que vão desde jogos digitais com foco no aprendizado até softwares de gestão administrativo-financeiras, passando por plataformas de avaliação estudantil. O objetivo é facilitar a vida do aluno, do professor e do gestor, agregando tecnologia e inovação ao dia a dia escolar.

— O mercado brasileiro de edtechs cresceu muito e se diversificou. Nós temos soluções muito interessantes para vários desafios da educação — afirma Lucia Dellagnelo, diretora-presidente do Cieb.

Por serem escaláveis, replicáveis e usarem a tecnologia como ferramenta central, as edtechs foram um dos segmentos que menos sofreram os impactos negativos da pandemia de Covid-19. Dados da plataforma de inovação Distrito apontam que, em 2021, as edtechs receberam cerca de US$ 22,5 milhões em investimentos, superando em 770% todo o valor arrecadado no ano anterior. E a expectativa é de que até o final de 2022 os investimentos sejam ainda maiores.

 — Foto: Editoria de Arte
— Foto: Editoria de Arte

Dellagnelo explica que há, no entanto, um desafio a ser superado: a incorporação dessas inovações pelo setor público de ensino.

— Apesar de as edtechs estarem desenvolvendo todas essas soluções que poderiam contribuir muito para a educação brasileira, não conseguimos incorporar isso ainda, de forma sustentável, no dia a dia das escolas públicas — explica a diretora-presidente do Cieb.

O setor de educação no Brasil é composto por aproximadamente 85% de escolas públicas e 15% de particulares. No entanto, menos de 13% das edtechs brasileiras já firmaram parcerias com secretarias de educação para oferecerem seus serviços para a rede pública.

Dellagnelo aponta alguns motivos para essa baixa adesão, como a dificuldade de abrir uma licitação para algo inovador, mas que ainda não tem resultados comprovados cientificamente. A especialista destaca também que os gestores públicos da área de educação muitas vezes não conhecem as soluções oferecidas pela edtechs ou não sabem como adaptar as tecnologias às realidades de seus estados e municípios.

Exemplos de sucesso

A edtech Árvore é uma das que já fecharam parcerias com redes públicas de ensino. Como solução, eles oferecem uma plataforma com mais de 40 mil livros — paradidáticos e livres — para estudantes, inclusive em inglês. O acesso pode ser feito pelo computador ou pelo app no celular, no qual o aluno pode baixar o livro e ler offline. A startup consegue levantar dados que apontam quais foram os livros mais lidos pelos alunos, quais eles deixaram de ler e em qual parte houve a interrupção. Assim, é possível fazer recomendações de leituras mais adequadas ao gosto literário do estudante.

— A maior diferença que percebemos entre as redes públicas e privadas é no tipo de implementação. Não se trata só de comprar a plataforma e disponibilizá-la. É preciso incluí-la como parte de um projeto pedagógico. Existe um desafio de conseguirmos comunicar a todos os professores da rede sobre a existência da Árvore e que todos os alunos têm o seu login correspondente — diz Danielle Brants, cofundadora da Árvore.

A edtech já impactou mais de 1,8 milhão de estudantes e 160 mil professores em todo o país. Recentemente foram incluídos na plataforma audiobooks. Brants afirma que outras novidades estão por vir.

Professora e estudante usam as ferramentas da edtech Geekie — Foto: Divulgação/Geekie
Professora e estudante usam as ferramentas da edtech Geekie — Foto: Divulgação/Geekie

Já a Geekie é uma edtech que oferece conteúdo didático online para escolas. Por meio de sua plataforma, Geekie One, os professores conseguem montar o planejamento de aulas personalizadas para suas turmas, com opções variadas de conteúdos e com base em dados que apontam o que funciona melhor para cada aluno. Os estudantes, por sua vez, consomem todo o material por meio de tablets e computadores, o que auxilia no monitoramento da evolução dentro dos conteúdos — e possibilita aos pais observarem o desempenho escolar dos filhos.

— Nossa edtech nasceu do seguinte questionamento: se cada um aprende de uma forma diferente, por que as escolas insistem em ensinar de forma padronizada, deixando muitos estudantes para trás? Desenvolvemos uma plataforma para auxiliar o professor a personalizar a aula de acordo com os seus alunos — conta Camila Akemi Karino, CEO da Geekie.

A edtech Redação Online funciona de maneira diferente: seu público é formado por estudantes que buscam melhorar sua produção textual. Eles podem comprar pacotes a partir de 15 correções. O aluno escolhe o tema da redação, escreve e envia o texto. Dias depois, recebe o conteúdo corrigido por um professor com comentários. Além disso, há videoaulas que ensinam como escrever uma redação para o Enem e outros vestibulares e concursos.

— Cerca de 60% dos nossos alunos são de escolas públicas. Como a nossa plataforma é leve e consome pouca internet, eles conseguem assistir às aulas pelo celular, facilitando o uso da plataforma nas regiões mais remotas do Brasil — explica Otávio Pinheiro Auler, CEO do Redação Online.

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