Por Paula Resende, G1 GO


O servente de pedreiro Gesiel Guimarães Moura, que ficou ferido após o ônibus em que ele estava ser atingido durante protesto por melhorias na área de educação, em Aparecida de Goiânia — Foto: Paula Resende/G1

Dois passageiros de um ônibus ficaram feridos nesta quarta-feira (27) durante uma manifestação para cobrar melhorias em escolas da rede estadual e o pagamento do salário atrasado do mês de dezembro dos servidores, em Aparecida de Goiânia. Um manifestante quebrou o vidro de uma das janelas do veículo, e cacos atingiram duas pessoas que estavam no veículo.

A confusão aconteceu por volta das 14h, na Rua Nossa Senhora Auxiliadora. Alunos e professores caminhavam pela via onde o ônibus estava passando.

Adolescentes atingem ônibus durante protesto em Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução

O G1 enviou mensagem à organização do protesto, por volta de 15h, pedindo um posicionamento sobre a confusão e aguarda retorno.

“Eles começaram a bater na lateral do veículo, e o motorista parou o ônibus e falou para eles não fazerem isso. Aí veio um cara lá de trás correndo e começou a dar murro na porta do motorista, veio batendo na lataria e deu um murro no vidro”, relatou o servente de pedreiro Gesiel Guimarães Moura.

O passageiro teve cortes no pulso, provocados pelos estilhaços.

A dona de casa Divina Mendes Duarte, de 50 anos, que também ficou ferida depois de o ônibus em que ela estava ser atingido durante protesto, em Aparecida de Goiânia — Foto: Paula Resende/G1

A dona de casa Divina Mendes Duarte, de 50 anos, também foi atingida, no braço e no rosto. “Assustei demais, não estava entendendo o que era”, contou Divina.

O Corpo de Bombeiros foi chamado e atendeu os feridos. Como eram cortes superficiais, não foi preciso levá-los a unidades de saúde.

Após a confusão, os manifestantes seguiram caminhando. Não se sabe se o garoto que quebrou o vidro é estudante.

Estudantes e professores fazem manifestação por melhorias em escolas estaduais, em Aparecida de Goiânia — Foto: Paula Resende/G1

Protesto

O protesto começou por volta das 13h, na Praça da Matriz, no Setor Central. O ato não era acompanhado pela Polícia Militar nem por agentes de trânsito.

Estudantes reivindicavam melhores condições nas escolas. Entre os pedidos estavam a construção de uma biblioteca, a aquisição de mesas e cadeiras e banheiros “utilizáveis”. Os alunos também cobravam valorização dos profissionais da Educação. Por isto, professores também participaram para cobrar o pagamento do salário de dezembro e investimentos no setor.

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) disse que os manifestantes foram recebidos por representantes da Coordenação Regional de Aparecida de Goiânia e que o grupo discutiu os pontos reivindicados por professores e alunos.

Além disso, a secretaria falou que a Coordenação Regional de Aparecida de Goiânia fará uma visita às escolas junto com a Superintendência de Infraestrutura para avaliar as estruturas físicas. Por fim, sobre o pagamento do salário de dezembro, a pasta disse que "o governador Ronaldo Caiado e a equipe de governo têm feito todos os esforços no sentido de quitar a dívida herdada pela gestão anterior".

"A Educação, inclusive, é uma das áreas do governo em que a situação já está sendo resolvida gradativamente. Até o momento, 46% dos servidores receberam o salário referente a dezembro, e o escalonamento para quitação do restante está em estudo", afirmou a pasta por e-mail.

Em nota, a Associação pela Mobilização dos Professores de Goiás (AMPG) lamentou o ocorrido e disse que o motorista não teve "a paciência de esperar uma passeata passar pelo local". A entidade também disse que não conhece o rapaz que quebrou o vidro.

"De toda forma, esse fato só ocorreu pois não estamos tendo condições básicas para estar nos colégios. Se tudo estivesse em ordem na educação, estudantes e profissionais da Educação estariam nos colégios, sem correr riscos como o de hoje", diz o texto.

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