As dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foram contraídas no governo passado, disse nessa quinta-feira (10) o ministro da Economia, Paulo Guedes, na cerimônia de anúncio de um programa de refinanciamento desses débitos. Segundo ele, a atual gestão poderia ter ignorado esse problema, mas decidiu ajudar os estudantes, dentro da orientação do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não deixar nenhum brasileiro para trás.
Ele criticou o Fies pelo fato de fazer com que os jovens já iniciem a vida “negativados”, devendo de R$ 30 mil a R$ 40 mil. “O custo fiscal era irrisório”, disse Guedes, após contar que havia sido procurado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, para discutir o perdão dessas dívidas. “Os jovens já estavam sem pagar.”
O ministro se queixou de ter sido vítima de uma fake news, pela qual seria contra a concessão de bolsa de estudos a estudantes pobres, como filhos de porteiros. “Para o jovem de periferia que consegue entrar na universidade, é mais interessante dar um voucher”, explicou. “Não é justo um jovem começar a vida endividado.”
Segundo Guedes, há candidato à Presidência prometendo “positivar todo mundo” do ponto de vista do crédito. “Nós já fizemos isso”, disse. “Todo brasileiro endividado pode usar o saque-aniversário [do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] como garantia de seu empréstimo.”
A proposta citada é do pré-candidato Ciro Gomes: limpar o nome dos brasileiros dos cadastros restritivos de crédito.
O ministro voltou a afirmar que, ao contrário das estimativas de muitos analistas, o Brasil crescerá este ano. Citou o fato de o Auxílio Emergencial representar base para consumo de massa e de já estarem contratados R$ 890 bilhões em investimentos associados a concessões, em áreas como 5G e saneamento.