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Por NSC TV


Projeto 'SC Ainda Melhor' debate a educação básica do estado

Projeto 'SC Ainda Melhor' debate a educação básica do estado

Melhorar a estrutura, investir em tecnologia, aumentar a atratividade do Ensino Médio e valorizar o professor. Esses são alguns dos desafios no setor da Educação para o próximo governo de Santa Catarina. Atualmente são mais de 500 mil estudantes na rede pública estadual.

Se o Brasil fosse uma sala de aula e os estados fossem alunos, o boletim de Santa Catarina seria o melhor. No Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), considerando escolas públicas, o estado é o primeiro do país nos anos finais com 4.9 e o segundo nos anos iniciais com 6.1. As duas notas estão acima da média nacional.

O índice avalia a educação básica no país levando em conta as taxas de aprovação e o desempenho dos alunos. Mas para matérias além do aprendizado, as notas podem estar em vermelho. Numa escola estadual em Florianópolis, por exemplo, 850 alunos são obrigados a estudar em meio a fiação elétrica exposta, forro quebrado e outros problemas na estrutura.

"Cai goteira na gente, às vezes fica tudo molhado no chão", disse a estudante Yola Mariah da Silva, de 13 anos.

Tem até uma professora pintando as paredes do prédio. "Eu tenho as aulas normais e no intervalo entre uma aula e outra, quando sobra um tempo, é que a gente faz esse trabalho", disse Débora Fidalgo.

Contato com tecnologia na sala de aula, então, ainda é uma realidade distante para Yola, os colegas de classe e a professora Débora. "Gostaria muito porque a gente ia prestar mais atenção nas aulas, poderia pesquisar também algumas coisas que a gente não sabe", disse a aluna.

No Ensino Médio, o desafio vai além desses problemas: adolescentes ainda estão reprovando muito e abandonando a escola cedo demais.

Em uma escola estadual na capital, o primeiro ano do Ensino Médio costuma começar com quatro turmas lotadas. Mas três anos depois, esse número é bem menor. No terceiro, no máximo, duas turmas se formam.

Em 2015, Santa Catarina chegou a ter uma taxa de abandono maior do que a média nacional. Para Norberto Dellabrida, coordenador do Observatório do Ensino Médio do Estado, a evasão tem a ver com a questão econômica, já que muitos optam por trabalhar, mas não é só isso.

"E aí deve se levar em conta que a escola muitas vezes não é atrativa para ele [adolescente]. Então eu penso que uma ação de médio prazo que valeria apostar é repensar a cultura escolar das instituições educativas", declarou.

Nos últimos anos, Santa Catarina deu um passo importante com a ampliação de escolas de ensino médio em tempo integral. São 30 atualmente no estado. Ainda há desafios a superar na infraestrutura e no modelo, mas o formato atrai estudantes que querem passar mais tempo na unidade de ensino.

Numa dessas escolas, que atende mil estudantes, 160 já passam o dia todo nela, em alguns dias da semana. É outra modalidade, chamada de Ensino Médio Inovador, que já chegou a mais de 16 mil adolescentes em Santa Catarina.

"Nós reprovamos muito menos alunos hoje no Ensino Médio Inovador do que no Regular. Esses alunos têm aulas de reforço pedagógico, esses professores se reúnem toda semana para planejar e fazer um diagnóstico das dificuldades desses alunos", disse a diretora, Noeli Freiberger.

"Tem mais aulas e a gente pode ter um preparo melhor pro Enem também. E é muito bom ali porque a gente pode se inteirar com os amigos o dia todo. Então, é muito legal", disse a estudante Ana Karla Rodrigues.

Além da melhoria nas estruturas físicas, no investimento em tecnologia e em tornar o Ensino Médio mais atrativo para os estudantes, é preciso ainda que haja a valorização do professor, lembra Dellabrida. Hoje, no estado, o piso do magistério é de R$ 2.455,35, mesmo valor do piso nacional.

"Professores não têm uma carreira que seja financeiramente atraente. Portanto, afastando muitos jovens dessa carreira profissional. Por outro lado, nós temos um esvaziamento das licenciaturas", disse o especialista.

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