Por G1 PA — Belém


Alunos assistem aula em sala alagada e com cupins nas paredes — Foto: Ascom/CDHDC

A Escola Estadual de Ensino Médio Paes de Carvalho, uma das mais tradicionais de Belém, enfrenta diversos problemas estruturais, segundo aponta a diligência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará, realizada esta semana no local. De acordo com informações da Seduc divulgadas nesta quinta-feira (4), o espaço já passou por alguns reparos, e foi inserido na programação de obras financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para reformas gerais, mas não divulgou prazos.

Segundo a diligência, realizada na terça-feira (2), foram constatados alagamentos, infiltrações, sistema elétrico comprometido e equipamentos sucateados que prejudicam os 2,5 mil alunos matriculados.

De acordo com a vistoria, realizada pelo deputado Carlos Bordalo, presidente da Comissão, “nas salas de aula, estudantes tentam manter a concentração num ambiente completamente insalubre, tomado por infiltrações, mofo e cupins. As salas são escuras, quentes e barulhentas. Há mais de duas semanas, parte da escola está sem energia elétrica”.

A professora de Química, Selma Sábio, mostra a situação problemática da sala onde deveria funcionar o laboratório. “Não temos sequer armários apropriados para guardar o material. Tivemos que armazenar uma parte dos livros didáticos aqui, pois estavam numa sala que sofre infiltração. Como estamos sem energia elétrica, não temos condições de dar aula”, contou.

José Demétrio, professor de Geografia, trabalha há 29 anos na instituição e diz que nunca viu o Paes Carvalho passar por uma reforma completa. “Fizeram uma pintura há quatro anos, mas só. A escola está abandonada. Já recorremos à Secretaria de Educação e ao Ministério Público, mas não adiantou nada”, relatou.

A merenda escolar servida aos alunos é basicamente suco e biscoito. “Comida mesmo, só umas duas vezes por semana”, disse uma das merendeiras, que preferiu não se identificar.

Ainda segundo a diligência, o ginásio perdeu parte do telhado durante as chuvas e também sofre alagamentos, inviabilizando as atividades esportivas. A biblioteca passou anos fechada e foi parcialmente recuperada pelos alunos. Os banheiros masculino e feminino estão alagados e em péssimas condições de uso.

O diretor do Paes de Carvalho, Afonso Alves, explicou que foi nomeado em fevereiro deste ano, após um tumultuado processo de afastamento da direção anterior, acusada de fraude nas verbas destinadas à escola. “A prestação de contas era toda fraudada”, relatou.

A diligência foi acompanhada pelo secretário de Logística Escolar da Seduc, Roberto Damasceno. Segundo ele, a Seduc irá realizar reformas emergenciais na escola, prioritariamente no telhado e rede elétrica e hidráulica.

Reforma geral sem prazo

Em nota enviada ao G1, a Secretaria declarou que “os técnicos da Seduc têm atuado na infraestrutura física da escola, com serviços de manutenção em caráter emergencial. Recentemente, a escola recebeu reparos na cobertura, incluindo o forro”.

Ainda de acordo com a Seduc, será providenciada a recuperação de uma calha obstruída, para interromper infiltrações no prédio. Serviços são executados nas instalações elétricas e hidráulicas, além de obras de arquitetura, serviços de prevenção contra incêndio e climatização em andamento, como parte de projeto específico para a escola.

Além dessas ações, a Seduc informou que inseriu a Escola Estadual Paes de Carvalho na programação de obras financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Essa programação do Governo do Estado contemplará 86 obras na rede pública estadual de ensino. Na escola, será realizada a reforma geral da estrutura física.

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