Rio Bairros Niterói

Dilemas da adaptação escolar são desafios para as famílias

Conhecer bem a nova instituição e a proposta pedagógica é o caminho
Recomeço. Preparando-se para estudar na escola do irmão mais velho, Daniel confere o material que a mãe comprou Foto: Roberto Moreyra
Recomeço. Preparando-se para estudar na escola do irmão mais velho, Daniel confere o material que a mãe comprou Foto: Roberto Moreyra

NITERÓI - A adaptação escolar é um momento delicado não só para os alunos, mas também para os pais. Seja no início da educação infantil, ou em razão da mudança de uma instituição de ensino para outra, a transição nem sempre é fácil. Conhecer profundamente a escola e certificar-se de que a proposta pedagógica vai ao encontro dos ideais da família são dicas dadas por profissionais e por pais que já passaram por essa fase.

A advogada Daniele Maia se prepara para o início do novo ciclo escolar do seu filho de 11 anos. Não é a primeira vez que eles passam por esse processo de adaptação. Ainda no jardim de infância, ele fez a transição de uma escola construtivista para outra tradicionalista. Apesar de, no início, terem esbarrado na diferença do conteúdo, o menino tirou de letra. Agora, o desafio é a separação da turma que o acompanhou por seis anos. Como sua antiga escola só vai até o 5º ano, a família optou por uma instituição diferente da que a maioria das famílias dos coleguinhas escolheu.

— Separá-lo de uma turma que o acompanha há seis anos foi uma decisão muito difícil para todos nós, em especial para ele, que só tem 11 anos. Mas estamos buscando o melhor para ele. Se não der certo, mudamos sem problemas. Foi algo bastante amadurecido. Decidimos isso em conjunto, contando, inclusive, com o auxílio da terapeuta dele. Na vida, temos que buscar o melhor e não devemos ter medo das mudanças. Gostamos de passar isso sempre para ele. Novos amigos virão, e os de verdade vão permanecer para sempre — destaca Daniele.

Da creche para o colégio

Mãe de dois meninos, um de 3 e outro de 9 anos, a arte-educadora Letícia Bragança encara, agora, a transição escolar do menor, que estava em uma creche e vai para o mesmo colégio do irmão:

— O Miguel, mais velho, estudou até o 2º ano no mesmo colégio, que era mais tradicional. Como estava um pouco insatisfeita, achando que ele não estava se enquadrando na proposta da escola, acabei transferindo-o para outra, de que, a princípio, eu não gostava tanto. Aparentemente, era mais simples, mas ele se adaptou muito bem. Eu é que achava que ele não ia se adaptar. A ansiedade era maior da minha parte. Apesar de ser arte-educadora e saber que é normal passar pela adaptação, como mãe fiquei insegura. Mas tenho certeza que Daniel também se adaptará muito bem.

Psicóloga e pedagoga, Andréa Gallo, uma das sócias da escola Infanzia, destaca que é primordial que o adulto passe segurança ao filho nesse momento de transição escolar ou começo da vida educacional.

— Quando escolhemos uma instituição, precisamos estar muito tranquilos da nossa escolha. Não adianta querer matricular o filho em uma instituição se a filosofia da escola não vai ao encontro do que acreditam. Aqui na Infanzia, fazemos uma primeira reunião de pais novos para falar das normas e, principalmente, sobre a adaptação, que é uma angústia para as famílias. Algumas estão passando por isso pela primeira vez, e outras estão mudando de escola por diversos motivos — explica.

Andrea ressalta que a dificuldade de adaptação é maior para os pais de bebês.

— Temos que acolher muito essas famílias. Os bebês se adaptam mais facilmente que os pais — garante a psicóloga e pedagoga.

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