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"Difícil acesso". Palmeiras tem a maior quantidade de colégios em áreas de risco
Reportagem

"Difícil acesso". Palmeiras tem a maior quantidade de colégios em áreas de risco

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Tipo Notícia


Desde 2014, após acordo com os sindicatos que representam os professores, a Secretaria Municipal da Educação (SME) instituiu a chamada Gratificação de Incentivo à Lotação (GIL), que estabelece o pagamento de abono a docentes e demais servidores de escolas localizadas em áreas de risco. Ao todo, 72 instituições, de 29 bairros, estão cadastradas no benefício. Destas, dez ficam no Conjunto Palmeiras, onde os casos de violência são recorrentes.
 

Entre elas está a Escola Municipal Professora Bernadete Oriá de Oliveira, onde facção GDE ameaçou servidores e alunos, pichou os muros e chegou a hastear uma bandeira, no último mês de dezembro. A fachada da escola foi novamente pintada e a bandeira queimada por policiais militares, mas já há novas depredações no local.
 

Secretária de finanças do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), Gardênia Baima alerta que a situação é cada vez pior. 

 

Segundo Gardênia, pelo menos outras 80 escolas estão em uma lista de espera, pleiteando o incentivo. A relação representa mais que o dobro das instituições já cadastradas. Lagoa Redonda e Granja Lisboa, com oito e seis unidades, respectivamente, completam a lista dos três bairros com mais escolas consideradas de “difícil acesso”.
 

Gardênia afirma que a escolha é feita, sobretudo, pelo contexto de violência. “Esse benefício é dado justamente para as escolas localizadas em locais cujo entorno é comprovadamente perigoso. E essa insegurança é atestada em estatísticas, através de declarações expedidas pela Secretaria da Segurança”, detalhou.
 

A sindicalista ressaltou que, em 2017, pelo menos 25 escolas foram alvo de ações criminosas. Algumas delas, mais de uma vez, a exemplo da Escola Municipal André Luís, no Jangurussu, invadida e roubada quatro vezes, somente em dezembro.
 

Conforme a SME, atualmente, 2.099 servidores recebem a GIL, sendo 1.917 deles professores. Além do magistério, têm direito ao benefício os orientadores educacionais, supervisores escolares, secretários e agentes administrativos. O valor pago, de acordo com a lei complementar Nº 217/2016, corresponde a 30% sobre o salário inicial da carreira em questão. No caso dos professores, o abono é de aproximadamente R$ 580. (TP)   

 

Números

 

15
escolas,
pelo menos, que foram visitadas ou tiveram funcionários e servidores procurados pelo O POVO, registraram evasão por ameaça de facções.


100
Em uma
única escola, no Grande Jangurussu, mais de uma centena de alunos abandonaram os estudos ou solicitaram transferência  

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