Escola Municipal de Ensino Fundamental São Judas Tadeu, em Bujaru. — Foto: Divulgação
No dia 19 de outubro, mês em que se comemora o Dia do Professor, a paraense Rosiete Lessa será uma das educadoras premiadas da 8ª edição do Prêmio Educar, que neste ano busca valorizar a educação antirracista. Rosiete é professora da escola Municipal de Ensino Fundamental São Judas Tadeu, em Bujaru, no nordeste do Pará.
A professora coordena no município um projeto chamado ‘Afrobetizando alunos para a construção de sua Cultura e Identidade’. Da Região Norte do país, ela foi a única pessoa selecionada.
O projeto visa possibilitar o reconhecimento de pessoas negras na cultura brasileira, a partir de sua vivência, reconhecendo seus valores quanto à pluralidade racial, tornando-os capazes de interagir e garantir seus direitos e deveres como cidadão na sociedade.
Rosiete Lessa diz que percebeu que a cultura e os valores dos estudantes estão se perdendo. Segundo ela, os alunos não se autoidentificam e não se autoreconhecem.
“Eu tive uma experiência durante um concurso voltado para jovens e quilombolas. Eram 25 alunos, na faixa de idade de 12 a 16 anos. Eles não conheciam a própria história e cultura. Então, se a gente começar a falar disso desde a educação infantil já facilita. Eles precisam se apropriar disso para lutar pelos seus direitos”, afirma.
O projeto da professora Rosiete Lessa visa possibilitar o reconhecimento de pessoas negras na cultura brasileira. — Foto: Divulgação
Neste ano, o tema do evento é ‘Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero: experiências de gestão e práticas pedagógicas antirracistas em ambiente escolar’; Ao todo, 16 iniciativas, que se destacaram dentre as 700 inscrições das cinco regiões do Brasil, serão premiadas.
Os premiados receberão aporte financeiro, materiais didáticos, formação aos professores e equipamentos para a escola. As práticas finalistas e premiadas serão organizadas em uma publicação de referência em educação antirracista.
A premiação ocorrerá nas comemorações dos 20 anos da iniciativa pioneira que tem como finalidade identificar, apoiar e disseminar boas práticas pedagógicas e de gestão escolar antirracistas em todo o Brasil.
A professora Rosiete Lessa diz estar com o coração a mil e que na hora que recebeu a notícia da premiação, não acreditou.
“Para mim é uma honra. É uma sensação de realização. É um reconhecimento incrível e uma força para que eu possa ir mais além. O que me importa é ver as pessoas de lá da minha comunidade irem mais além, conseguir estudar e mostrar os valores da sua cultura”, enfatiza.
Premiação
A homenagem aos educadores integra a programação do encontro ‘Diálogos para uma Educação Antirracista’, que acontece nos dias 19 e 20 de outubro, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo.
Além da premiação, o evento terá em sua programação oficinas de intercâmbio entre educadores, pesquisadores, organizações parceiras e lideranças negras, para debater os estudos e práticas antirracistas e de equidade de gênero na educação básica.
O encontro proporciona a troca de experiências por meio da socialização e debates de resultados de pesquisas e de projetos exitosos de ação pedagógica antirracista intercultural impulsionados pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e aplicados nas escolas das redes públicas de ensino.
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