Por Marcelo Monteiro, g1 CE


Anderson Carvalho (à esquerda), Francisco Sylvânio (no centro) e Rebeca Meijer (à direita) ressaltam elementos da negritude às suas vivências cotidianas. — Foto: Arquivo pessoal

Lenta e gradual. Essa foi a forma pela qual o estudante e cientista ambiental Francisco Sylvânio, 29 anos, passou a se reconhecer negro. Não por não conseguir se ver, mas, sim, pela falta de uma consciência sobre os próprios traços, o cabelo e a cor da pele — percepção que veio à tona a partir da entrada no ensino superior.

"Acredito que se eu tivesse dependido só das minhas condições familiares, da minha vida sem ser um mundo acadêmico, talvez, eu questiono, eu não tivesse esse conhecimento que tenho hoje de mim mesmo. Não reconhecesse as minhas potências, o meu próprio corpo, meus traços, minha identidade."

Neste domingo (20), é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra. Com mais de meio século de criação, a data acentua a discussão sobre racismo e preconceito e reacende a necessidade de enxergar a negritude como uma fonte de luta contra a desigualdade social.

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Isso porque, aos 17 anos, Francisco ainda vivia num "limbo". Filho de mãe branca e pai preto, o reconhecimento não encontrava respostas em família. Não era, como disse, "preto demais para ser negro, nem branco demais para ser um branco". E assim percorreu um caminho de apagamentos e restrições, inclusive na própria estética.

Antes de entrar na universidade, Francisco Sylvânio usava outro estilo de cabelo. — Foto: Arquivo pessoal

"O meu cabelo sempre foi muito curto. Aquela coisa: corte seu cabelo no '1' porque fica muito melhor assim. E eu acreditei; durante muito tempo eu acreditei".

Esse pensamento permeou a vida de Rebeca Meijer por muito tempo. Hoje com 50 anos, a professora também se deparou com o pensamento racista em torno do cabelo. Ela, sendo mulher, mantinha o cabelo grande — e, por isso, guardava outras características como se fossem de si. "Eu sempre fui vista como uma mocinha feia, mal cuidada, pobre e de cabelo mal tratado somente pelo fato de ser uma mocinha negra".

Moradora da periferia e estudante de escola pública, o cotidiano dela também foi espaço de racismos velados. Estes, porém, tinham espaço na própria casa: o pai, mesmo sendo preto, assimilava os pensamentos de uma sociedade com inclinação à branquitude. E isso ia além da falta de diálogos sobre as suas raízes. "Ele inclusive fazia piada de sua negritude", lembrou.

Aos cinco anos, Rebeca Meijer já detinha um cabelo que viria a ser visto numa perspectiva racista futuramente. — Foto: Arquivo pessoal

A rotina de diferenciação seguiu com Rebeca também por vários anos. Ao entrar em Pedagogia na Universidade Federal do Ceará (UFC), ela só teve contato com professores brancos, pessoas tidas como "inteligentes, cultas e civilizadas". Lá, porém, os passos dela se cruzaram com os de Sandra Petit, uma professora negra. O encontro, para a então estudante, foi, acima de tudo, considerado um "presente".

"Fiquei muito mexida. Projetei nela o que eu queria pra mim. Quem sabe um dia também ser uma pesquisadora, escritora, docente universitária? Daquele momento em diante começou meu processo de aprender a ser negra."

Reconhecimento das diferenças

A percepção da negritude foi presente na vida do psicólogo e professor Anderson Carvalho desde muito cedo. Além de sempre se ver negro, ele foi lido assim pela família, por movimentos que participava e pelas demais pessoas ao redor. Desse modo, mesmo com o estudo em escola pública em comum com Francisco e Rebeca, a entrada dele no ensino superior não motivou autorreconhecimento, mas visualização das diferenças.

Primeiro aluno negro de escola pública estadual no curso de psicologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Anderson se viu em meio a pessoas abastadas e de classe média no novo ambiente. No curso, além dele, apenas um outro colega com a mesma origem.

Dadas as desigualdades, o então graduando, vindo de uma família que saiu da região da Barra do Ceará, na periferia de Fortaleza, para Caucaia, na região metropolitana, encarou outro caminho com poucas companhias: saiu de casa e passou a viver numa kitnet próximo à faculdade para ir às aulas.

A universidade, naquele momento, era um espaço essencialmente de brancos para o estudante. Dos professores que teve, apenas três eram negros, e nenhum levava aspectos raciais às aulas. Deles, uma professora trouxe um autor negro, Stuart Hall, entre os textos. "Mas era como se não fizesse parte, e isso sempre me afetou".

Anderson chegou a se deparar, no ambiente acadêmico, com o Núcleo de Africanidades Cearenses (Nace), da UFC, mas não conseguiu se envolver com o grupo. Naquele período, o estudante pensava que, por ser negro, não necessariamente tinha de vincular seus estudos a tais questões. "O legal é que você estude o que quiser, que você produza sobre o que você quiser. A ideia é muito essa", afirmou.

Anderson Carvalho atualmente desenvolve pesquisa trazendo leituras sobre questões raciais. — Foto: Arquivo pessoal

Assim, o então estudante passou a se dedicar aos estudos mesmo tendo dificuldades para se manter. Os cinco anos de graduação marcaram que a privação, entre outros aspectos, chegava inclusive a ter o que comer — ele precisou, às vezes, da ajuda de colegas para se alimentar. Mesmo assim, conseguiu algo de valor além de se formar: passou em Medicina, também na Uece, por meio da Lei de Cotas, instituída em 2012.

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Ampliação de espaço

Quando Francisco Sylvânio entrou na graduação em Ciências Ambientais da UFC, em 2010, pessoas negras eram raras no curso, instalado no Instituto de Ciências do Mar (Labomar), no Bairro Meireles, em Fortaleza. "Éramos pouquíssimos. E o meu curso era localizado num campus da UFC que ficava numa área nobre, e aí a presença de pessoas negras ali era ainda menor."

Segundo ele, a partir da instituição da Lei de Cotas, o cenário passou a mudar. "A presença das pessoas negras, racializadas, dentro da universidade pública é algo que a gente pode ver, pode tocar, é algo concreto", afirmou, dizendo que, antes, na época da entrada, a discussão sobre negritude "não era tão presente".

Foi a partir dessa mudança que ele passou a se transformar. O contato com pessoas num contexto mais plural o levou ao grupo Oré-Anacã, vinculado ao curso de Educação Física da UFC, que trata de questões indígenas e afrobrasileiras por meio da dança, e ao grupo Danças Africanas Ancestrais, cujas aulas ocorriam, à época, no Teatro Universitário da UFC. Neles, ele conheceu mais sobre a cultura negra e também sobre as próprias raízes.

"Eu via aquela gente preta, com aquele cabelo crespo, muito bonito, comecei a pensar: 'nossa, como seria o meu cabelo se eu deixasse crescer e ter sua forma natural, como essas pessoas deixam?' A partir disso, deixei meu cabelo crescer, e foi neste momento que eu vi mais fortemente o olhar das pessoas sobre mim."

Parte desses olhares trouxe uma nova percepção sobre a aparência. "Eu ouvia muita gente dizendo 'nossa, como o teu cabelo tá bonito', 'tu tá muito lindo', trazendo esse conforto e esse acolhimento", comentou. Os comentários, contudo, eram de mão dupla: ele também ouviu frases como "corta esse cabelo, tá muito feio", "não tá legal".

"Aí eu percebi que o meu cabelo era um instrumento político, porque ele evidenciava em mim algo muito forte, que é a minha negritude. Além disso, outras questões, como as vivências do racismo estrutural, que acontecem muitas vezes de forma velada e muito sutil na sociedade".

Rebeca Meijer já publicou o livro infantojuvenil "Zica, a menina negra que viu um erê" sobre questões raciais. — Foto: Arquivo pessoal

Para Rebeca Meijer, a vivência pré-Lei de Cotas foi muito mais difícil, inclusive para ver a negritude em si. "Não foi fácil para mim e não é fácil para a maioria das pessoas em função do estado de racismo estrutural em que vivemos", apontou.

Esse estado foi o que construiu, na vida da professora, um "obstáculo imenso a mais para superar na corrida pela vida". "Além da pobreza, de uma educação de baixa qualidade, de problemas familiares e emocionais, tinha também o fato de ser uma jovem negra", ressaltou ela, pontuando que, em outros casos, o racismo estrutural vai além disso.

"[O racismo estrutural] nos afeta de forma coletiva retirando drasticamente oportunidades de emprego, seleções, concursos e até retirando vidas em função de um imaginário coletivo engendrado para ver na população negra a não civilidade."

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Segundo ela, hoje doutora em educação com foco em didática e educação para as relações étnico-raciais e docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), o racismo, além da forma estrutural, pode ser individual — quando uma pessoa é vítima de associações como animais, o demônio, o mal, confundida com um criminoso ou vista como feia pelo cabelo ser volumoso.

Este último aspecto foi o que a atingiu por muito tempo, até atravessar todo o processo de autorreconhecimento e autoafirmação da negritude. "A desconstrução de modelos brancos vai acontecendo a medida que vamos nos agenciando com leituras, com o movimento negro ou apenas com uma família detentora de consciência de raça", disse.

Novas visões

Número de estudantes que entraram por critérios raciais pela Lei de Cotas em instituições públicas de ensino do Ceará

IFCE Uece UFC UFCA Unilab Urca UVA
2012 35 695
2013 831 2007
2014 1540 2216
2015 1658 2236
2016 2482 2236
2017 3524 2236
2018 3739 169 2236
2019 4028 218 2236
2020 3114 297 2236
2021 2872 99 2268 1842 (somando de 2016 a 2021)
2022 1963 (até agosto de 2022) 178 2268

O g1 solicitou às instituições públicas de ensino superior do Ceará os números de estudantes que ingressaram por critérios raciais pela Lei de Cotas. Os dados foram pedidos em 24 de outubro e em 16 de novembro para montagem da tabela, mas não recebeu retorno da Universidade Regional do Cariri (Urca), da Unilab e da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

A Uece formou ainda 300 estudantes pelo sistema de cotas do Enem/Sisu até oferecer cotas por meio de lei estadual, a partir de 2017. A UFC passou a implementar a Lei de Cotas a partir de 2013, quando reservou 12,5% das vagas, passando a adotar 50% em 2014. A UFCA só tem acesso aos dados a partir de 2015; antes disso, os dados faziam parte do Sisu, dado que a UFCA era campus da UFC até 2013. O Ceará conta ainda com um dos campi da Unilab.

Além de primeiro negro de escola pública em psicologia na Uece, Anderson Carvalho foi o primeiro cotista negro no curso de medicina da instituição. Ele e outro estudante com o mesmo perfil entraram numa turma de cerca de 50 alunos, à época. Apesar de entrar no curso mais concorrido daquele vestibular, a sensação foi mista: deu a ele felicidade e revolta.

"Eu não consegui enxergar essa aprovação no vestibular como uma grande virtuosidade, sabe? Enxergava muito mais como acessar uma oportunidade que é negada para todo mundo."

Já graduado em psicologia, o estudante se viu distante de algumas rotinas de calouros no ensino superior. De resto, o percurso seria inicialmente igual. "O curso em si, assim, não teve grandes repercussões com relação a um elemento de cotista, de racialidade ou de classe especificamente, porque, na verdade, nós só entramos e fomos colocados lá como outros alunos".

"Os cotistas, de certa forma, meio que gostavam disso, porque não queriam se diferenciar dos outros, como 'ah, entramos como cotistas'. Eles só entravam e estavam lá, ponto. E acho que isso, de certa forma, foi um pouco ruim, pois poderia melhorar na identidade do cotista; como ele se processa ali, constitui um grupo, etc. De certa forma, acho que eles gostavam de isso não ser tratado, não ser trazido."

Nesse momento, a percepção dele acerca de ser negro no ensino superior começou a mudar. Apesar de considerar a Lei de Cotas importante para a entrada, Anderson frisou que as condições vulneráveis em que vivia passaram a impactar na permanência dele na nova graduação.

"Não teve nenhum tipo de trabalho específico pra nos acolher enquanto alunos cotistas com relação ao curso. Não teve [...] No curso de Medicina, especificamente, você tem ali uma forma de fazer o curso em que você ocupa uma pessoa o tempo inteiro, e aí deixa muito pouco espaço para você ter uma condição de trabalho, minimamente, que vale garantir alguma coisa."

Ações de permanência

Questionada sobre ações de permanência de estudantes no perfil de Anderson — ingressantes por cotas étnico-raciais e em vulnerabilidade econômica — e sejam cadastrados no CadFecop (leia mais abaixo), a Uece dispôs que realiza ações como prioridade no processo de seleção de bolsas em "um dos diversos programas de bolsa da Universidade", "sendo envolvidos em diversas atividades relacionadas a sua formação profissional".

Além disso, a instituição citou que cotistas "têm acesso a todas as ações de assistência estudantil desenvolvidas pela PRAE [Pró-reitoria de Politicas Estudantis], além de bolsas e auxílios, tais como apoio psicossocial e educacional, educação e assistência em saúde, atividades de lazer e desporto universitário e atividades socioeducativas.

Essa pró-reitoria da Uece fica a cargo de realizar o CadFecop, dado que busca identificar estudantes de graduação com renda per capita de até meio salário mínimo aptos a receberem bolsas de permanência financiadas com recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) por meio do programa estadual BSocial.

Ainda segundo a instituição, considerando que os cotistas mais antigos ingressaram em 2018, "muitos ainda estão fazendo seus respectivos cursos de graduação". Em razão disso, por enquanto, apenas três estudantes cotistas já concluíram o curso, apontou a Uece.

Embora haja uma aparente amplitude de políticas, Anderson Carvalho ressaltou a dificuldade de se manter com elas no cotidiano estudantil. Já formado, estudar medicina não possibilitava nem um emprego na área de psicologia, nem outros trabalhos que fazia para complementar as bolsas de R$ 400 que recebia no curso anterior, como serviços de normalização e consultoria acadêmicas.

"Essa ideia para mim era insuportável, no sentido de passar ali mais seis anos novamente com todos esses tipos de privações, até porque isso me afetava mentalmente, essa coisa de não ter o alimento no outro mês, como é que ia fazer, essas incertezas", relatou. Em razão disso, ele se viu diante de outro problema: a evasão.

"É um curso de dedicação exclusiva, muito difícil conciliar com qualquer coisa que seja. A única forma que encontrei de conciliar de alguma maneira foi buscando a carreira acadêmica, pois, como professor você consegue ter horários mais maleáveis. Mas pra isso tem todo um percurso e aqui estou eu atualmente", disse ele, hoje professor da Universidade de Brasília (UnB) e doutorando em saúde pública pela UFC.

Novos percursos

Unindo a experiência na área da saúde mental e a de ser negro no ensino superior, Anderson atualmente estuda a avaliação de políticas públicas em torno das saúdes mental e coletiva passando pelas racialidades negras.

"O debate racial era nulo no curso de medicina e na psicologia. Ou seja, na saúde é uma coisa que inexista, apesar de nós estarmos lá e ser fundamente do pensamento social brasileiro", destacou, acrescentando que, após episódios de discussões e violência racial no mestrado, buscou reunir autores e estudantes negros no doutorado.

Dessa forma, o psicólogo criou, com outras pesquisadoras, o grupo de estudos negros em avaliação e saúde. "Não eláboravamos conceitualmente e intelectualmente isso como um campo de estudo na saúde coletiva", apontou, citando que o círculo promove um aquilombamento de povos negros na academia.

Atualmente funcionando on-line, grupo reúne estudantes de várias áreas e outros estados brasileiros. — Foto: Arquivo pessoal

"A gente, quando tá dentro desse espaço [acadêmico] precisa extrair tudo que ele tem a nos oferecer", disse, pontuando que, historicamente, entre outros fatores, a educação e a produção de saberes foram retiradas da população negra. "Mais do que ter uma profissão, é acessar esse circuito de produção de conhecimento formal que geralmente não estamos, né? Porque nos são negados."

Hoje, o grupo reúne estudantes negros em diversas etapas do ensino superior, os quais debatem, entre si, questões que atravessam suas vidas e não são trazidas nos próprios cursos, além de apoiarem uns aos outros nos estudos. Relações como essas constroem fazem, na opinião de Rebeca Meijer, o ensino superior ser um "lugar privilegiado de construção de identidades, inclusive racial".

Isso porque, mesmo com a lei 10.639, de 2003, que assegura o ensino da história e da cultura africana e afrobrasileira na educação básica, o Brasil ainda tem "muito o que fazer" em torno de uma educação de combate ao racismo, na perspectiva dela. A professora afirmou que, em sala de aula, sempre chama atenção dos alunos das licenciaturas para o fato de que eles devem levar as próprias vivências para o campo profissional.

"O fato de ser uma mulher negra, vinda da periferia de Fortaleza, aluna de escola pública, ter sido mãe muito cedo, ter sido por quase duas décadas professora de escola pública, tem um impacto direto em muitas práticas profissionais [...] Não há como separar os tantos 'eus' que temos em nossas práticas sociais. Somos um conjunto."

Esse processo, afirmou, requer que as pessoas, sendo professoras ou não, repensem a educação racista tanto no modo formal quanto informal. "É preciso migrar para um novo lugar. É preciso novo enraizamento desde uma educação antirracista."

Francisco Sylvânio pareceu ir ao encontro de Rebeca em relação a essa nova educação. Ao trabalhar como educador ambiental e a lidar com pessoas no dia a dia, ele sentiu a necessidade de uma formação mais ampla. Atualmente estudante do curso de Pedagogia da UFC por meio da Lei de Cotas, ele ressaltou que a presença de mais negros no ensino superior ampliou a sua formação, não só profissional.

Francisco Sylvânio vê a pedagogia como complementar à área de educação ambiental. — Foto: Arquivo pessoal

"Os grupos culturais que participei, as vivências artísticas, os grupos de pesquisa, as pessoas negras presentes nesses espaços. Pessoas negras com conhecimento e que pude olhar pra elas e também enxergar um pouco de mim", afirmou, incluindo que a universidade é um espaço essencial para discutir a negritude, dado que não teve essa oportunidade na escola e em outros espaços educacionais.

"Esses assuntos, como preconceito, de diversas formas não eram tratados na escola. De certa forma, eu percebo que, hoje em dia, esses assuntos já estão mais efervescentes [...] E essa questão da negritude, do respeito às diferenças, deveria ser algo base pra todos aqueles e aquelas que estão na sua formação e vão atuar com processos educativos."

Após diversas vivências universitárias para além da educação formal, o contato com a diversidade — em grupos artísticos e movimentos sociais, por exemplo — também ensina a ter autoestima, assegurou o cientista ambiental. Dessa forma, a Lei de Cotas simboliza, na opinião dele, um instrumento para que a ocupação de mais espaços seja, ainda, motivo de conforto para si pela ocupação que promove.

"Acredito muito que são essas pessoas, é o coletivo que vai amenizando um pouco a dor que é você se reconhecer como pessoa racializada. Porque não é fácil você observar aquilo que te dói. E também não é fácil você aceitar quem você é; aceitar o seu corpo, sua identidade."

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