Desigualdade afeta saúde mental da população negra, aponta pesquisa
Para 49% dos paulistanos, desigualdade no acesso a recursos como renda, moradia, educação e saúde traz prejuízos à saúde mental da população negra
Por Laura Patta
Um estudo realizado pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), revelou que a desigualdade social é vista como o principal fator de prejuízo à saúde mental da população negra, na capital paulista.
Segundo a pesquisa ‘Viver em SP: relações raciais 2021’, 49% da população da cidade acredita que a dificuldade de acesso a recursos como renda, moradia, educação e saúde traz prejuízos à saúde psicológica das pessoas negras. A pesquisa na íntegra está disponível aqui.
Os fatores votados em seguida foram o medo constante de sofrer violência policial, citado por 45% dos entrevistados, e o medo de sofrer preconceito racial, citado por 42%. Além disso, 47% da população acredita que a pandemia prejudicou mais a capacidade de gerar renda da população negra, em comparação com a população branca.
Ainda de acordo com a pesquisa, houve uma queda discreta na percepção de racismo em shoppings e comércios comparando com o ano passado, que havia registrado números elevados. Contudo, a maior parte dos paulistanos percebe diferença no tratamento de pessoas negras e brancas na maioria dos espaços da cidade, e aqueles autodeclarados negros ou pardos percebem com mais frequência a diferença de tratamento.
O levantamento também mostra a percepção dos paulistanos sobre o papel das empresas em questões de racismo. 92% dos entrevistados acham que faz parte do papel das empresas garantir um ambiente de trabalho livre de racismo e, para 46%, a maneira mais eficiente para as empresas fazerem isso é posicionando-se contra qualquer tipo racismo.